Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Carlos Roberto Schwartsmann | 20 de agosto de 2022
Piripaque é uma reação psicossomática exagerada na qual não há justificativa lógica ou cientifica para aquela ocorrência. É um sintoma, uma queixa sem nenhuma base orgânica teórica identificável!
Exemplos clássicos são de pacientes que se tornaram repentinamente catatônicos, ficaram trêmulos, perderam a voz, não conseguem andar, tem falta de ar, não sentem mais as mãos etc.
A etimologia da palavra não é conhecida, como a maioria das oriundas das gírias.
Historicamente, quando o médico se defrontava com quadro similar, era comum aplicar a expressão “HY” que vem do inglês “Hysteric”, isto é, à beira de um ataque de nervos!
Como a expressão ficou muito conhecida pelos pacientes, ela foi substituída pelo “piripaque” que ganhou prestígio e permanece vivo no jargão hospitalar, principalmente no pronto-socorro.
O Dr. José de Souza Meireles, formado em 1946, pela USP, relatou há muitos anos a suposta origem da palavra:
No plantão chegou uma jovem em coma e acompanhada da mãe em prantos. “Por favor salve minha filha, ela brigou com o namorado e resolveu se suicidar tomando um copo de manga com leite”. Um plantonista colega teve uma ideia brilhante e atenciosamente solicitou muita calma a mãe, pois o hospital já possuía a injeção milagrosa que era o antídoto, o contraveneno da fruta com o laticínio.
Disse que o remédio salvador foi descoberto por dois médicos alemães Billie e Park. Minutos após a injeção de soro glicosado endovenoso, a moça acordou bela, faceira e confortada. A equipe médica teve que impedir que a mãe agradecida, beija-se as mãos do milagroso médico.
A história de Billie e Park rapidamente ficou conhecida e o uso da palavra ganhou adeptos em todos os hospitais. Entretanto como as vezes, não era bem compreendida evoluiu para “Bilipak” até chegar em piripaque!
Hoje, já nos dicionários, a palavra é conhecida como: Faniquito, treco, chilique!
É uma apresentação clínica no corpo de uma mente que está sofrendo e produzindo um transtorno psicossomático.
O médico experiente sabe, que esta é a última hipótese a ser considerada, pois muitas doenças graves podem começar com alguns destes sintomas!!
Carlos Roberto Schwartsmann – Médico e Professor universitário
Voltar Todas de Carlos Roberto Schwartsmann