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PL demite general que estava no gabinete do ex-ministro da Saúde de Bolsonaro contra a ordem de Alexandre de Moraes

O general trabalhava no gabinete de Pazuello desde o ano passado. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

A liderança do PL exonerou o general da reserva Mario Fernandes do cargo de confiança que ocupava na Câmara dos Deputados, como assessor do gabinete do deputado federal Eduardo Pazuello.

O general trabalhava no gabinete de Pazuello desde o ano passado, cedido pela liderança, mas teve o afastamento das funções públicas determinado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes no início de fevereiro. Ele é alvo do inquérito que investiga o ex-presidente Bolsonaro, ex-ministros e oficiais militares por planejar um golpe de Estado para impedir a posse de Lula após as eleições de 2022.

A decisão de demitir Fernandes foi comunicada pelo PL em uma nota oficial. Diz o comunicado assinado pelo líder do partido, Altineu Cortes (RJ): “A liderança do Partido Liberal na Câmara dos Deputados, tão logo tomou conhecimento do impedimento do senhor Mario Fernandes para exercer cargo público, determinou a sua exoneração do quadro de servidores lotados no gabinete”.

Fernandes, que é general da reserva e foi interino da Secretaria-Geral da Presidência sob Jair Bolsonaro, tinha um cargo de natureza especial (CNE) e recebia um salário bruto de R$ 15.629,42.

O cargo de natureza especial é privativo das lideranças e da mesa da Câmara. Fernandes foi nomeado em 24 de março de 2023 pela liderança do PL e em seguida emprestado ao gabinete de Pazuello.

Fernandes era ministro interino da Secretaria-Geral da Presidência na reunião gravada em vídeo em que Bolsonaro exortou ministros a agirem contra o TSE e o sistema eleitoral brasileiro.

Na delação firmada com a Polícia Federal e homologada pelo Supremo, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid define o general Mário, seu nome de guerra, como um dos militares mais radicais do núcleo golpista e defensor “incisivo” de um golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder. Ele foi alvo de busca e apreensão na Operação Veritatis, deflagrada pela PF no dia 8.

De acordo com a PF, o general, que antes de ir para a reserva havia chefiado o Comando de Operações Especiais (Copesp) do Exército em Goiânia, foi acionado pelo núcleo golpista do Planalto em dezembro para tentar convencer o chefe do comando, Carlos Alberto Rodrigues Pimentel, a aderir ao plano de impedir a posse de Lula.

A determinação para que ele fosse suspenso das funções públicas foi dada por Alexandre de Moraes na mesma decisão em que autorizou a deflagração da Operação Tempus Veritatis, no início de fevereiro.

Além do general Mario, também estavam na lista de oficiais que deveriam ser afastados o tenente-coronel Guilherme Marques de Almeida, do comando do 1º Batalhão de Operações Psicológicas do Exército, sediado em Goiânia; o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, que comandava a 3ª Companhia de Forças Especiais, em Manaus; o tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo Junior, de Brasília; o coronel Sergio Cavaliere de Medeiros e o subcomandante do Centro de Instruções de Guerra na Selva (Cigs), tenente-coronel Cleverson Ney Magalhães, que era subordinado do general Estevam Theophilo – outro investigado.

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