Sábado, 22 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de fevereiro de 2025
A leitura é que o bônus de ter o ex-presidente como aliado é maior do que ônus de ficar ao lado de alguém denunciado
Foto: Beto Barata/PLPoupado da denúncia do procurador-geral da República (PGR) Paulo Gonet, contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas, o presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, não deve abandonar Bolsonaro mas já tem recebido recados de representantes do “PL raiz” de que eles não pretendem encabeçar a defesa do ex-presidente. Já há até quem diga que “chegou ao limite e que deve sair do partido assim que possível”.
A ausência do nome de Valdemar do documento apresentado por Gonet ao Supremo Tribunal Federal (STF) não foi recebida com surpresa dentro da legenda, já que o dirigente teria participado apenas da elaboração de um parecer apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Fontes avaliam que a denúncia contra Bolsonaro não deve implicar em mudanças na relação dele com o mandatário da sigla. A leitura é que o bônus de ter o ex-presidente como aliado é maior do que ônus de ficar ao lado de alguém denunciado por uma suposta tentativa de golpe. Eles consideram no cálculo votações expressivas, mais nomes eleitos e, consequentemente, um fundo eleitoral mais vistoso.
Interlocutores dele ponderam que esse cenário não é irreversível e que uma eventual condenação pode fazer com que a sigla adote uma postura menos atuante em defesa de Bolsonaro. Ainda assim, o abandono total e a possibilidade de atuar como oposição ao ex-presidente é considerado um “cenário mais do que improvável”.
“Não dá para apagar que Bolsonaro foi fundamental para o ‘boom’ das votações do PL de 2022 para cá. Por isso, dificilmente Valdemar o abandonará. Ainda mais que ele sabe que Bolsonaro será uma figura central na eleição de 2026 mesmo que esteja preso ou que não possa ser candidato contra Lula”, avaliou uma das lideranças mais influentes do PL.
Nomes de destaque do PL raiz – aquele que já existia antes mesmo da chegada de Bolsonaro ao partido – classificam como “natural” essa postura de Valdemar, mas ponderam que a pauta da legenda tem sido tomada pelos interesses de aliados de primeira hora do ex-presidente. Por isso, lideranças desse grupo já alertaram o presidente do PL de que podem adotar outro comportamento e ficarem mais alheios a essa defesa de Bolsonaro. Alguns mais insatisfeitos já revelam, nos bastidores, que indicaram ao dirigente que podem sair do partido a qualquer momento. As informações são do portal de notícias Valor Econômico.