O confuso relato de Marcos do Val (Pode-ES) sobre o suposto grampo no ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, sepultou a filiação do senador para o PL. Três caciques da sigla, ouvidos pela coluna, confirmam que a filiação foi tratada, por iniciativa do próprio Do Val. Um senador do partido afirmou que Marcos do Val “se convidou”, mas houve resistência de Valdemar Costa Neto, dono do partido.
Filme queimado
Filmado aos abraços com Davi Alcolumbre (União-AP) na eleição de Pacheco à presidência do Senado, Do Val vê ação do PL na fritura.
Com a barriga
No Senado, ninguém crê que o relato de Do Val dê em algo. O Conselho de Ética, por exemplo, só deve ser instalado depois do Carnaval.
Pés pelas mãos
Até governistas avaliam mal o movimento de Do Val, falam em tentativa de lançar suspeição sobre Moraes, mas o plano só enrolou o senador.
Sem comentários
Apesar da gravidade da acusação, o ministro Alexandre de Moraes, procurado pela coluna, afirmou que não ia se manifestar.
Eram do DF apenas 90 dos 1.398 presos pelo dia 8
Dados oficiais indicam que eram residentes no Distrito Federal apenas 90 dos 1.398 presos pelo badernaço criminoso de último dia 8. Esses números confirmam a informação das autoridades locais de que eram “forasteiros” quase todos os vândalos que invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes. Eles chegaram a Brasília no sábado, 7, em 150 ônibus, provenientes de vários Estados, e se misturaram àqueles que por quase 70 dias acamparam, sem incidentes, em frente do QG do Exército.
Forasteiros mentiram
O maior erro das polícias foi subestimar as intenções dos “forasteiros”, prometendo “protesto pacífico”. Mentiram. A intenção era tocar o terror.
Segurança ingênua
Mensagem de áudio do secretário interino de Segurança ao governador Ibaneis Rocha garantiu “protesto pacífico” minutos antes do vandalismo.
Brasília já viu de tudo
Os brasilienses assistem há décadas manifestações, inclusive violentas, com vandalismo e incêndio, promovidas por gente de esquerda e direita.
Ô louco, sô
Muita gente duvidou da sanidade de Marcos do Val (ES) quando o ouviu reclamando do salário e disse “ganhar muito mal”, mas passou a ter certeza após ele anunciar que renunciaria à vida de marajá de senador.
Terrorismo na bolsa
Após a carta de Lula lida na abertura do Ano Legislativo, em que volta a ameaçar o Teto de Gastos e a elogiar a PEC Fura Teto, o dólar subiu e a bolsa caiu, após um dia de resultados positivos.
Múmia paralítica
Rogério Marinho (PL-RN) apontou o ritmo preguiçoso da Comissão e Constituição e Justiça (CCJ) presidida por Davi Alcolumbre (União-AP): reuniu-se 6 vezes em 2022. Na Câmara, a CCJ se reuniu 61 vezes.
Perseguição a indígena
A esquerda “aparelhou” os índios, apropriando-se de suas causas, mas a única deputada indígena é a militar Silvia Waiãpi (PL-AP), de direita. O PT, é claro, já denunciou a presença incômoda ao conselho de ética.
Alívio
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, avisou que vai continuar as tratativas para privatizar o Porto de Santos (SP) e prevê que, se tudo der certo, pode ser concluída ainda este ano.
Taí o problema
Curiosa pesquisa Pew Research aponta que 76% dos americanos acham que “jornalistas devem sempre tentar dar cobertura igual aos dois lados”. Mas, entre os jornalistas de lá, apenas 44% concordam com isso.
Parece Brasil
A marca de maionese Hellmann’s, a maior do mundo desse produto, anunciou que vai abandonar a África do Sul, membro dos BRICS, por conta da inflação descontrolada e os altos custos para negócios no país.
Sem palavras
Senador lulista, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) não confirmou os planos de Simone Tebet (Planejamento) para a reforma tributária no Congresso. “Precisamos ter ‘consertação’ (sic) sobre o rito”, tentou justificar.
Pensando bem…
…não tem “consertação” que arrume o Congresso.
PODER SEM PUDOR
Sr. Lei, muito prazer
Durante o governo FHC, no final de 1999, o ministro Pedro Malan (Fazenda) fingia interesse na reforma tributária, discutindo-a com parlamentares. Sempre muito cordial, ele perguntou ao deputado Antônio Kandir (PSDB), ex-ministro de Planejamento do mesmo governo: “O senhor prefere que eu o chame de deputado ou de ministro?” Antônio Palocci (PT-SP), que era deputado, meteu o bedelho, provocando gargalhadas: “Ministro, em São Paulo ninguém chama o Kandir de ministro, nem de deputado. Todo mundo chama ele de ‘Lei’. Lei Kandir.”
Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos