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Por Redação O Sul | 27 de janeiro de 2020
Na próxima semana, a placa Mercosul estará valendo em todo o território brasileiro, em substituição ao modelo cinza.
Conforme o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), a data-limite para adequação dos Detrans (Departamentos Estaduais de Trânsito) ao novo modelo de identificação veicular está mantida para a próxima sexta-feira. Não há previsão de novo adiamento.
Criado em 2014, o padrão Mercosul já é utilizado há mais de um ano no Brasil. A estreia foi em setembro de 2018, no Rio de Janeiro, e hoje já está disponível em outros dez Estados: Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Paraíba, Piauí, Paraná, Rio Grande do Norte, Rondônia e Rio Grande do Sul.
Mais de 4,8 milhões de veículos já circulam com a nova placa no País, informa o Denatran. O formato também é adotado na Argentina, no Paraguai e no Uruguai, com algumas diferenças em relação à versão brasileira.
Mas o que muda na vida dos brasileiros com o padrão Mercosul? Confira abaixo quando a placa terá de ser instalada nos veículos, as diferenças para o modelo cinza no que se refere à segurança e se a placa ficará mais cara ou mais barata ao consumidor.
Troca
Conforme a Resolução 780/2019 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), a partir da virada do mês a placa Mercosul será obrigatória no emplacamento de veículos novos.
Por sua vez, quem possui placa cinza terá de substituí-la pela Mercosul quando houver mudança de categoria do veículo ou furto, extravio, roubo ou dano do dispositivo. A troca também está prevista em caso de transferência do registro para outro município ou Estado.
Porém, os proprietários que já utilizam a placa Mercosul não terão de comprar outra nessa circunstância, já que o padrão não exibe a cidade onde foi realizado o emplacamento.
Pessoas que desejam trocar voluntariamente também podem aderir ao novo modelo.
Diferenças
Enquanto a placa cinza traz uma combinação de três letras precedendo quatro números, a Mercosul é formada por três letras, um número, outra letra e dois algarismos, nessa ordem.
A troca de um número por uma letra permite quantidade muito maior de combinações alfanuméricas: serão possíveis cerca 450 milhões de combinações, a serem compartilhadas entre todos os países do Mercosul. Bem mais do que as 175 milhões de possibilidades das atuais placas com fundo cinza.
Além disso, as novas placas preveem um banco de dados integrado entre os países que adotam o formato, permitindo aos agentes de trânsito e polícias consultarem as informações de determinado veículo, seja ele registrado no Brasil, na Argentina, no Paraguai e no Uruguai. O Denatran informa que esse sistema já está operante.
O padrão Mercosul também deixa de adotar o lacre, substituído pelo QR Code – código bidimensional que permite consultar os dados veiculares, bem como rastrear a produção de determinada placa, com o objetivo de prevenir clonagens. O QR Code pode ser lido por meio do aplicativo Vio, que tem download gratuito para dispositivos Android e iOS.
Para completar, a cor dos caracteres muda de acordo com a categoria do veículo:
Preta — carro particular, Cinza — veículo antigo de coleção, Vermelha — comerciais ou de aprendizagem, Amarela — diplomático ou consular, Verde — especial (como protótipos de testes), Azul — veículos de órgãos oficiais.
Mais cara
A simplificação do projeto original da placa Mercosul foi elogiada na quarta-feira passada por Jair Bolsonaro. Nas redes sociais, o presidente mencionou que a retirada de elementos de segurança evitou que o novo padrão de identificação veicular custasse “o dobro” do preço da placa cinza.
Bolsonaro também disse que “as medidas adotadas significam R$ 2 bilhões/ano de economia para sociedade”.
De fato, a remoção de itens como lacre, brasão do município e bandeira do Estado fizeram o preço da nova placa cair na comparação com sua antecessora no Rio de Janeiro. Porém, em Estados como Espírito Santo, sua implantação, em dezembro de 2018, fez o item encarecer – ao menos em um primeiro momento.
No Acre, o mais recente Estado a migrar para o formato, o emplacamento também ficou mais caro.
Vale destacar que o preço não está relacionado apenas aos itens de segurança e à complexidade de fabricação, mas também depende do mercado.
Oito dos 11 Estados que já migraram para o novo formato adotam o sistema de preços liberados às empresas estampadoras credenciadas – que inserem os caracteres alfanuméricos e os elementos visuais na chapa, além comercializarem as placas Mercosul ao consumidor.
O Espírito Santo é um dos Estados que adotam o livre mercado, enquanto Amazonas, Paraíba e Rio de Janeiro mantêm o sistema de licitação, com preços tabelados. No entanto, independentemente do valor, a simplificação da nova placa tem facilitado casos de falsificações e venda irregular.