A planilha de propinas que teriam sido solicitadas à empreiteira Odebrecht pelo ex-ministro Antonio Palocci, alvo da Operação Lava-Jato, representava cerca de 1% do total de propinas pagas pela empreiteira ao longo de um ano. A informação foi dada por Hilberto Mascarenhas da Silva, que era responsável pelo setor de Operações Estruturadas da empresa -o setor de propinas da companhia.
“Eu estava fazendo um cálculo com meu advogado: a planilha “Italiano”, no ano de 2013, foi 1% do valor gasto”, declarou o executivo nessa quarta-feira, em depoimento ao juiz Sérgio Moro. “Italiano” era o apelido de Palocci, que, segundo a investigação, agia como interlocutor para pedidos de propina e contribuições ao PT e ao ex-presidente Lula. Sua defesa nega e afirma que ele só pedia doações eleitorais oficiais.
Segundo Mascarenhas, a filosofia da Odebrecht era pagar “pedágio” por tudo que beneficiasse a empresa. “Então, se o Marcelo [Odebrecht, ex-presidente da empreiteira] foi a algum ministro ou a alguém, e conseguiu a aprovação de algo que ajudasse determinada área, e tinha algum pedágio para pagar por isso, o pedágio era debitado de quem se beneficiou”, afirmou.