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A verdade é que Bolsonaro vem se revelando naquilo que ele é e sempre foi: uma nulidade. (Foto: Reprodução)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Parece não haver dúvida de que a manifestação bolsonarista do Rio de janeiro, em favor da anistia (?) deu zebra, flopou. Quem esperava um milhão de manifestantes teve de dar um desconto de liquidação.

Anistia de quem? Dos arruaceiros de 8 de janeiro de 2023, ora transmudados em patriotas zangadinhos, velhotas inocentes, gente do bem, pacífica, mesmo que tenham arrombado portas, quebrados vidraças e vandalizados quadros e paredes dos prédios do Supremo, Executivo e do Legislativo.

Essa versão de uma multidão mansa que queria apenas proclamar a posição em favor da democracia, só estava ali pra dizer o quanto preza as liberdades públicas, hoje em dia só prevalece nos ambientes de inteligência rarefeita do bolsonarismo.

Então o fracasso dos protestos do Rio têm o seu significado, que não combina com as expectativas do bolsonarismo, nem com a ideia de que os bolsonaristas dominam as ruas e mobilizam multidões quando bem querem, com um estalar dedos.

Há dias escrevi que o povo estava em fase de desapontamento com Lula, isto é, estava enjoando do discurso, do estilo, daquele andar de pastor evangélico sobre o palco, para lá e para cá, vociferando contra os vilões da hora, Banco Central, pilantras que andam escondendo os ovos, estripulias do Trump, etc, e em meio aos elogios da beleza de Gleisi Hoffmann.

Que Lula está em fase de desgaste não dá para negar. E ao que parece a doença que acomete Lula também vem acometendo Bolsonaro. Já não é sem tempo.

Bolsonaro deve ter notado que a teoria das urnas fraudadas perdeu tração. Talvez mais eleitores tenham percebido que há alguma coisa de falso em uma teoria que consagra como bons, válidos e virtuosos os votos quando se trata de fazer maioria ampla no Congresso Nacional e dos governadores, mas são espúrios quando elegem o presidente da República.

Também parou de falar de vacinas. Desviado do foco e distraído, não estranharia se ele entrasse na fila de vacinas para ganhar uns votos ou para garantir a candidatura presidencial. Terá refletido que perdeu a eleição não por causa da Covid, mas por negar encanzinado a vacina? Teve medo que a vacina de Doria, ex-governador de SP, desse certo e tinha de barrá-la a qualquer custo?

A verdade é que Bolsonaro vem se revelando naquilo que ele é e sempre foi: uma nulidade, que navega no mar nebuloso de um anticomunismo febril, primitivo, atrasado, repulsivo como as suas piadas infames, o seu vocabulário vulgar, “imorrível”, “imbochável” e “incomível”.

Claro, ele mantém ainda um formidável contingente de seguidores, mas mesmo esses já não o tem mais tanto entusiasmo, já não o consideram o guia clarividente e infalível. Há novos “players” no campo da direita e ele corre contra o tempo para alcançar o direito de concorrer em 2026.

E assim agoniado, em plano inclinado, tendo como pauta única a anistia dos manifestantes de 8 de janeiro – que todo mundo está cansado de saber que é a sua própria anistia –, deixa transparecer nervosismo e impaciência. Não é “Deus acima de tudo”. Acima de tudo está o seu particular interesse.

* Contato: titoguarniere@terra.com.br

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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