Com 1,4 milhão de usuários de planos de saúde a menos em um ano e vivendo nesse período uma inflação da saúde recorde – o dobro da inflação geral medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo –, a saúde suplementar discute medidas para garantir a sua sustentabilidade. O setor atende 48,8 milhões de pessoas, 25% da população. Reflexo da alta do desemprego, a maior queda de usuários atinge planos empresariais – 887 mil a menos.
Sintomas da crise
Um dos sintomas da crise foi sentido ainda em 2015, quando a Unimed Paulistana, sem condições para cumprir seus contratos, foi obrigada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar a entregar a carteira de 744 mil clientes a outros gestores.
Dados
Em geral, a inflação da saúde é acima da geral por fatores como a incorporação de novas e caras tecnologias, mas, no Brasil, ela tem assumido taxas muito altas também por falhas do mercado. Entre as discrepâncias estão a ausência de indicadores de qualidade, um modelo de pagamento que incentiva o desperdício e a falta de transparência nos preços. Os dados constam em estudo recente do Insper (instituição de ensino superior), feito a pedido do IESS (Instituto de Estudos da Saúde Suplementar), que traça um diagnóstico do setor e propostas para corrigir as falhas.
(Cláudia Collucci/Folhapress)