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Planos saíram dos trilhos

Campos Sales, ex-presidente da República. (Foto: Reprodução)

A esperança do governo do Estado era de que a assinatura do Regime de Recuperação Fiscal ocorreria em março deste ano, dando tempo para a contratação de empréstimos. A folha de pagamento ficaria em dia e sobraria dinheiro para investimentos em obras. A lentidão em Brasília atrapalhou. A campanha de José Ivo Sartori à reeleição vai se cingir às explicações e ao pouco que conseguiu realizar com orçamento estrangulado.

Um favor aqui, outro ali

A caça ao voto, em ano eleitoral, não tem trégua. Um exemplo: projeto de lei, que regulamenta a criação de municípios, será destaque no plenário da Câmara dos Deputados a partir de terça-feira. A matéria teve o regime de urgência aprovado esta semana e valida plebiscitos de emancipações realizados até dezembro de 2013. Precisará de 257 votos para ser aprovado e os parlamentares querem agradar parcelas do eleitorado. Em novembro de 2013, a presidente Dilma Rousseff vetou o mesmo projeto.

Falta musculatura para o salto

O País tem hoje 5.570 municípios. Em torno de 85 por cento não arrecadam o suficiente para sobreviver e dependem de transferências dos Estados e da União. A transformação de distritos em municípios é o desejo de muitas comunidades e, sobretudo, de líderes desses movimentos que pretendem se lançar na política. Não sabem, porém, avaliar as necessidades materiais para transformar o sonho em realidade. Os custos das construções e da manutenção das estruturas acabam sendo mais elevados do que os benefícios gerados.

Peso nas costas

Cada novo município precisa de prédios para instalar a Prefeitura, as secretarias e a Câmara Municipal, que passam a ter o encargo da folha de pagamento. A isso somam-se o Judiciário, o Ministério Público, a Delegacia de Polícia, além de outros serviços.

O que mudou?

De 1970 a 1985, foram criados 150 municípios no País. De 1985 a 2000, mais 1.405, engrossando o que passou a se chamar Caravana da Miséria. Prefeitos e vereadores de pequenos municípios vivem de chapéu na mão em Brasília, enquanto as populações percebem que caíram no conto.

Boca fechada

O ex-ministro José Dirceu ouviu silenciosamente nova sentença condenatória e se mantém fiel aos princípios assimilados no começo da militância política: não delatar, denunciar, revelar, confessar ou culpar. A nota foi publicada por esta coluna a 19 de maio de 2016. Continua atual, como demonstrou José Dirceu ao se apresentar ontem à Polícia.

Para matar a saudade

Os showmícios estão proibidos, mas Beth Carvalho, brizolista de primeira hora, promete acompanhar Ciro Gomes em algumas viagens. Incluirá Porto Alegre, onde se apresentou em 1968 durante o Arquisamba. O Salão de Atos da UFRGS aplaudiu de pé a estrela do samba que surgia.

Gostariam de aderir ao calote

Repórteres que fazem a cobertura de sedes de embaixadas em Brasília relatam o arrependimento de alguns diplomatas por não terem encaminhado pedidos de empréstimos de seus países ao BNDES. Desconheciam que seria tão fácil deixar de pagar.

Abrindo a porta aos atrasos

Está na fila de votações da Assembleia Legislativa o projeto que extingue o artigo 35 da Constituição do Estado: “O pagamento da remuneração mensal dos servidores públicos do Estado e das autarquias será realizado até o último dia útil do mês do trabalho prestado.”

A História se repete

A 19 de maio de 1898, o presidente da República eleito, Campos Sales, chegou a Londres para renegociar com os banqueiros ingleses a dívida brasileira. Parte dela foi contraída para custear a Guerra do Paraguai. Sales comprometeu-se a dar como garantia a Estrada de Ferro Central e os lucros da companhia de água do Rio de Janeiro.

Para mostrar sabedoria

Em ano eleitoral, aumenta a procura de edições da revista Eu Sei Tudo, publicada de 1917 a 1958. É a febre entre muitos candidatos.

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