A presidenta Dilma Rousseff está sendo pressionada pelo PMDB e pelo PT a aproveitar a reforma administrativa para substituir o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, considerado “desagregador” no trato com o Congresso. Dilma avalia, há tempos, a possibilidade de mexer no núcleo do governo, mas, oficialmente, o Palácio do Planalto nega.
“Mercadante é um ministro que detém todo o respeito da presidenta Dilma. Ele é fundamental na articulação dos principais projetos e colabora na construção da governabilidade junto com o vice-presidente Michel Temer e com o ministro Eliseu Padilha”, disse o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva. “É uma figura central para a construção das condições de retomada do crescimento.” Temer e Padilha já se desentenderam várias vezes com Mercadante.
O vice-presidente, que comanda o PMDB, deixou o “varejo” da articulação política doPlanalto, no mês passado, aborrecido com o chefe da Casa Civil. Padilha, que é titular da Aviação Civil, ainda despacha na Secretaria de Relações Institucionais, mas já anunciou que não ficará na articulação.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse a amigos, nos últimos dias, que perdeu a conta de quantas vezes sugeriu a Dilma a substituição de Mercadante pelo ministro da Defesa, Jaques Wagner, também do PT. Até agora, a presidenta resistiu à ideia.
Apesar das negativas, petistas avaliam nos bastidores que Dilma terá de trocar Mercadante para que a crise política diminua. Tudo depende, porém, de como ficará o desenho da reforma administrativa, que extinguirá dez dos 39 ministérios, e se o perfil da Casa Civil será mais técnico ou político.
Além de Wagner, um dos nomes lembrados para ocupar a Casa Civil ou as Relações Institucionais é o do ministro de Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo (PCdoB). Ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rebelo foi chefe da Secretaria de Relações Institucionais no primeiro mandato de Lula e tem bom relacionamento com o PMDB. (AE)