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Com o barraco da ex-apresentadora do Jornal Nacional Valéria Monteiro, o PMN decidiu não ter candidato à Presidência da República e nem fazer alianças

Convenção do Partido da Mobilização Nacional. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O PMN (Partido da Mobilização Nacional) decidiu em convenção neste sábado (21), em Brasília, não lançar candidatura própria à presidência da República nem apoiar candidato ao cargo no primeiro turno. O encontro ocorreu em meio a uma disputa judicial entre a legenda e a jornalista mineira Valéria Monteiro, pré-candidata à Presidência da República.

Segundo o presidente da sigla, Antonio Massarolo, os problemas entre Valéria e o PMN se agravaram quando o nome dela não atingiu 3% de intenções de voto nas pesquisas eleitorais. Segundo ele, esse era o pré-requisito para que a apresentadora fosse confirmada como candidata à chefe do Executivo, mas como a meta não foi alcançada o apoio foi retirado.

Em março, já sem apoio da Executiva Nacional do PMN, a ex-apresentadora do Fantástico e do Jornal Nacional, insistiu na pré-candidatura e fez uma carta ao partido na qual abriu mão das verbas dos fundos partidário e eleitoral.

Liminar

Para garantir que a jornalista não fosse candidata, o partido publicou uma resolução vetando candidatura presidencial própria. Valéria conseguiu revogar a decisão por meio de liminar do ministro Napoleão Nunes do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Nela, o ministro determinou que a legenda colocasse em pauta durante convenção nacional se teria ou não um nome na corrida presidencial.

Como não era delegada com direito a voto, Valéria foi impedida de discursar na convenção e defender sua candidatura, mesmo pedindo aos gritos a palavra. “Ficou bastante evidente de que não há democracia aqui. O presidente recusou que eu falasse antes dos votos dos convencionais e eu estou saindo da convenção, mas isso pra mim é só o começo. A luta da minoria silenciosa começa aqui”, afirmou a jornalista.

Ameaçada de ser retirada do auditório à força pelo presidente do PMN, ela chegou a ser empurrada e segurada por uma mulher que fazia parte da equipe de segurança privada do evento. Em seguida, a jornalista deixou o local espontaneamente, garantindo que tentará anular a convenção do PMN na Justiça. A reunião, segundo ela, “foi a demonstração de como o processo eleitoral brasileiro é fraudulento”.

Segundo o presidente da legenda, o estatuto do partido diz que aqueles que excederem em convenções devem ser retirados do recinto e que é o direito de todo cidadão recorrer. “Foi feita a convocação, estavam presentes os convencionais, foi seguido o rito. Demandar a Justiça é direito de qualquer cidadão. Algumas pessoas querem mídia. Não é o que queremos”, afirmou.

Expulsão

A confusão envolvendo Valéria Monteiro não foi a única na convenção do PMN. Também impedido de se colocar como candidato ao Senado pela Bahia, Marivaldo Neves foi expulso por seguranças do auditório, após fazer críticas ao presidente do partido. De acordo com o presidente da legenda, a pré-candidatura de Neves não foi aceita porque ele não tem “vida partidária”.

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