Sábado, 16 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 22 de março de 2019
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A prisão do ex-presidente Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco é resposta clara ao Supremo Tribunal Federal diante da tentativa de jogar água fria na Operação Lava Jato. Serve de aviso a muitos outros políticos: a punição pode ser adiada em função da proteção dada por mandatos, mas um dia chega.
Mudança de rumos
Professores nas salas de aula costumam ensinar o que está na Constituição: a lei é igual para todos. Há, porém, alunos que contestam, afirmando: “Vale para o andar debaixo. Não para quem está ou esteve no andar de cima, quer dizer, no poder”.
As prisões de ontem provam o contrário. Vêm na sequência do que se iniciou em março de 2014 com a Operação Lava Jato. A mistura do interesse público com o privado é travada a passos largos.
Fim de mandato vira risco
A 25 de outubro de 2017, o plenário da Câmara dos Deputados recusou por 251 votos a 233 a autorização para o Supremo Tribunal Federal processar, por crime comum, o presidente Michel Temer. Os parlamentares defenderam o presidente, alegando que o encaminhamento ao Supremo só tumultuaria o país. Qualquer decisão mais rigorosa deveria ser tomada após o final do mandato. Foi o que ocorreu ontem.
Bom senso
Se algum processo envolvendo Temer chegar às mãos do ministro Alexandre de Moraes, deverá se considerar impedido. O ex-presidente foi seu padrinho.
Rio da corrupção
O Livro Guinness dos Recordes é editado anualmente no Canadá com dados incríveis de todo o mundo. Desde ontem, seu representante na América Latina é procurado para que não esqueça de registrar na publicação de 2020: dois ex-presidentes da República estão presos; três ex-governadores do Rio de Janeiro também (Cabral, Pezão e Moreira). Mais dois já viram o sol nascer quadrado, mas respondem a processos em liberdade: Anthony e Rosinha Garotinho. A lista inclui deputados e conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Rio.
Caminho mais curto
A palavra reforma é uma das mais desacreditadas no dicionário político. Se o governo cobrasse sobre cada vez que a pronunciam, arrecadaria uma bolada no final do ano. De Norte a Sul do País, são milhares de vezes por dia. Chamemos, então, de mudanças. A primeira, para coibir preventivamente a corrupção, diz respeito à estrutura administrativa.
O que é inadiável
No setor público, as evidências são claras: o tamanho superdimensionado das estruturas, a complexidade da burocracia, o uso restrito de tecnologias e a falta de transparência abrem as portas para a corrupção. Acrescente-se o grau reduzido de capacitação de muitos indicados para cargos de chefia, só porque têm a credencial de Q.I. (quem indica). Sem essas correções, Polícias e Ministério Público continuarão com muito trabalho.
Interesse restrito
Durante a sessão plenária, ontem, vários deputados federais foram à tribuna falar sobre problemas de bairros de suas cidades longínquas, temas que cabem nas câmaras municipais. Ao final, surgia o motivo: “Peço, senhor presidente, que meu pronunciamento seja divulgado pela Voz do Brasil.” O espaço diário nas emissoras de rádio serve para propagandear para seus eleitores o que dizem. Nada mais.
Bate e rebate
A cada ano, sucedem-se duelos entre deputados nas sessões plenárias da Assembleia Legislativa. Os primeiros protagonistas da guerra verbal e de ideias estão definidos: Luciana Genro, do PSol, e Mateus Wesp, do PSDB.
Precoce
O deputado estadual Rodrigo Maroni não perde chance de subir à tribuna para defender a causa animal. Ontem, aproveitou para relatar um pouco de sua vida. Aos 12 anos, filiou-se de forma simbólica ao PT, porque a lei não permite antes da maioridade. Depois, migrou para o PSol, o PC do B, o PR e agora está no Podemos, do senador Alvaro Dias. Maroni tem 37 anos.
Enganaram-se
Alguns políticos achavam que a obra intitulada “Vocês, Os Tolos”, escrita por eles, chegaria ao final sob o manto da impunidade.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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