A polícia da Alemanha instalou barreiras de concreto diante da catedral gótica de Colônia nesta quarta-feira (23).
A medida foi tomada em reação aos relatos de que militantes islâmicos pretendiam atacar a igreja da Sagrada Família em Barcelona, outro ícone da arquitetura religiosa.
Muitas cidades alemãs reforçaram a segurança depois do ataque com uma van que matou 13 pessoas na semana passada em Barcelona e após um período durante o qual a maioria hesitou em erguer barreiras por medo de entronizar aparatos de segurança que afastariam os visitantes.
“Tomamos a decisão de agir o mais rápido possível depois de ver os ataques na Europa”, disse uma porta-voz da polícia. “Nosso trabalho é proteger pontos sensíveis, e a catedral é um símbolo de Colônia, conhecido em todo o mundo”.
A mídia espanhola noticiou que a célula de militantes islâmicos responsável pelo atropelamento de pedestres na famosa avenida Las Ramblas de Barcelona vinha planejando um atentado contra a igreja da Sagrada Família, marco da art nouveau construído por Antoni Gaudí.
A imensa catedral de Colônia, erguida por pedreiros medievais desconhecidos, se destaca na paisagem da cidade junto ao rio Reno. Escolhida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como Patrimônio da Humanidade, a catedral foi um dos poucos edifícios do centro de Colônia que sobreviveram aos bombardeios da Segunda Guerra Mundial.
Planos em Barcelona
Dois dos quatro suspeitos de ligação com os ataques na Espanha na semana passada receberam acusações de terrorismo por um juiz de Madri nesta terça-feira (22), de acordo com o documento do tribunal visto pela agência Reuters. As acusações são de fazer parte de uma organização terrorista, assassinato e posse de explosivos.
Os quatro homens que estavam presos preventivamente por ligação com os ataques compareceram a um tribunal em Madri nesta segunda, um dia depois de o suposto motorista ter sido morto a tiros pela polícia. De acordo com a imprensa espanhola, os suspeitos afirmaram ao tribunal que pretendiam atacar monumentos da cidade, como a catedral da Sagrada Família, um dos ícones de Barcelona.
Uma fonte disse à agência Reuters que entre os outros dois suspeitos, um continuará sob custódia e o outro foi liberado.
Driss Oukabir, Mohammed Aallaa, Mohamed Houli Chemlal e Salh El Karib são os únicos ainda vivos entre os 12 suspeitos que se acredita terem composto o grupo terrorista que estaria por trás dos atentados em Barcelona e Cambrils, na semana passada.
De acordo com a Reuters, dois dos suspeitos disseram que o imã da mesquita de Ripoll, Abdelbaki Es Satty, que morreu na explosão de uma casa em Alcanar (onde o grupo organizava os ataques), foi o instigador dos ataques. O documento do tribunal visto pela agência afirma que o imã tinha uma passagem para Bruxelas, na Bélgica, que foi encontrada na casa. Também foi encontrado um documento do Estado Islâmico nos destroços da casa.
A Reuters também afirma que um dos suspeitos afirmou ao tribunal que eles compraram material para fabricar explosivios tanto na Espanha como em outros países e que os outros três suspeitos negaram envolvimento com grupos islâmicos.
O jornal “La Vanguardia” afirmou que Mohamed Houli Chemlal, que ficou ferido na explosão, contou ao juiz que a célula terrorista planejava atacar monumentos da cidade de Barcelona. “El Mundo” afirma que um dos monumentos visado seria a catedral da Sagrada Família.
O chefe da polícia da Catalunha havia informado que os ataques em Barcelona e Cambrils foram uma alternativa “desesperada” depois que o plano inicial, preparado “durantes meses”, fracassou.
Os quatro detidos, que chegaram à Suprema Corte nesta manhã, foram levados de Barcelona a Madri em um comboio de veículos policiais com as sirenes ligadas. As audiências ocorrem a portas fechadas e os suspeitos têm o direito de ficar calado, de acordo com a France Presse.
O juiz Fernando Andreu, depois dos interrogatórios, deve determinar que acusações apresentará contra eles pelos atentados reivindicados pelo grupo Estado Islâmico na Catalunha, que tiveram um balanço de 15 mortos (14 em Barcelona e 1 em Cambrils) e mais de 130 feridos. (AG)