A Polícia Civil deflagrou nesta quinta-feira (03) a Operação To Go para prender uma organização criminosa atuante na tele-entrega de drogas na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Durante as ações, que contaram com o apoio da Susepe e foram realizadas nos municípios de Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, Charqueadas e Montenegro, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e 9 ordens judiciais de sequestro de veículos. Cinco pessoas foram presas. Também foram apreendidas armas de fogo, entorpecentes, dinheiro, máquina de cartão, entre outros objetos.
A investigação, que durou cerca de seis meses, apurou que o grupo criminoso atuava principalmente nas cidades de Esteio, Sapucaia do Sul e Canoas, na venda de drogas como maconha, crack e cocaína.
Após o início da pandemia da Covid-19, os suspeitos, que já comercializavam entorpecentes em pontos fixos de tráfico, passaram a aumentar as vendas das drogas por meio de aplicativo de troca de mensagens, entregando os entorpecentes nas residências dos usuários, na modalidade de tele-entrega. Foi verificado que o grupo criminoso contava com cerca de 3.000 contatos de usuários e utilizava máquinas de cartão de crédito para facilitar o pagamento.
Para não atrair a atenção das forças policiais, de vizinhos ou de traficantes rivais, os indivíduos utilizavam veículos antigos e simples. Os entregadores das drogas também atuavam de forma dissimulada, fingindo serem apenas motoristas de aplicativos de entrega de comida ou empregados de empresas prestadoras de serviços, por vezes até utilizando uniformes de empresas para disfarçar a atividade criminosa.
A organização criminosa tinha especial preocupação com a fase de recrutamento dos seus membros, oferecendo vagas de modo planejado, como se fossem ofertas emprego, prometendo comissões de venda e valores em dinheiro, além do direito de uso livre de veículos do grupo.
A expansão de vendas no período da pandemia favoreceu tanto a organização que ela decidiu investir na aquisição de armas de fogo e munições. A Polícia Civil descobriu que a organização tem contatos com um atirador, que frequenta clubes de tiro da região metropolitana e é suspeito de abastecer com armamento a organização criminosa.
A Polícia Civil, ao analisar anotações do caderno de vendas da organização, verificou que o comércio se intensificou a partir do mês de março, sendo que em abril, apenas um de seus distribuidores movimentou R$ 23.000,00 em 10 dias.
No mesmo período, outro centro de distribuição vendia, em média, mais de R$ 2.000,00 em drogas por dia. Dessa forma, a organização movimentava mais de R$ 100.000,00 em drogas por mês, apenas através de dois distribuidores.