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A Polícia Civil gaúcha tem 55 novos delegados

Nova turma de delegados é formada por 37 homens e 18 mulheres de 13 Estados e do Distrito Federal. (Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini)

Em uma cerimônia discretA, 37 homens e 18 mulheres de 13 Estados e do Distrito Federal celebraram a formatura no 47º Curso de Delegado de Polícia da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, na tarde desta quarta-feira (2). O ato de nomeação dos 55 novos profissionais foi entregue durante a cerimônia pelo governador Eduardo Leite. Assim, os delegados já saíram com a nomeação no Diário Oficial do Estado.

O evento realizado no auditório principal do Palácio da Polícia, sede administrativa da instituição, em Porto Alegre, foi cercado de cuidados, como o uso obrigatório de EPIs (equipamentos de proteção individual) e o distanciamento de 2 metros entre uma cadeira e outra, além da ausência de familiares e amigos, que tiveram de assistir à formatura pela internet.

O governador foi o patrono escolhido pela turma. “Exerçam essa atividade com compaixão. É importante sermos fortes e resilientes, sem perder a alma, o coração e a sensibilidade. Não podemos permitir que percamos a sensibilidade de entender a razão e o motivo pelo qual escolhemos essa vida”, disse. “Neste momento, vivemos uma guerra sanitária, estamos combatendo um adversário comum, um vírus extremamente perigoso, mas ao qual não podemos nos render. Por isso, insistimos na formação dessa turma, até porque a guerra ao crime e à violência não dá trégua.”

A pandemia também será um desafio para os novos delegados. Além do trabalho voltado à elucidação de fatos criminais, assumem a administração de órgãos policiais na Região Metropolitana e no interior do Estado.

“Vocês sobrepujaram 16 mil candidatos. Só vocês sabem a dificuldade que foi chegar a este momento de celebração, vitória e festejo. Vocês estão ingressando em uma atividade totalmente diferenciada de qualquer outra. Ser policial é comprometimento”, definiu o vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, que também é delegado de polícia.

A chefe da Polícia Civil e paraninfa da 47ª turma, delegada Nadine Anflor, destacou a importância do papel de liderança do delegado de polícia, que tem a responsabilidade de gerir pessoas que lutam, diariamente, para bem servir e proteger a sociedade gaúcha. “Ser paraninfa de uma turma de delegados me faz pensar sobre o que significa ser delegado de polícia. Estar investido neste cargo significa abnegação, dedicação e muito esforço. Mas, sobretudo, significa liderança, e é isso que esperamos de vocês. Liderar de modo assertivo começa pelo autoconhecimento, pela preservação dos valores humanos, pela capacidade de comunicação e de muita escuta”, ponderou.

A formação dos delegados chegou ao fim depois de seis meses de um curso marcado por adversidades em meio a um cenário, até então, novo no País. A preocupação principal era com a saúde dos alunos, professores e funcionários da Acadepol (Academia de Polícia), a qual se viu forçada a inovar. A criação de uma plataforma virtual para oferecimento das aulas na modalidade de EaD (ensino à distância) possibilitou que a formação dos alunos não fosse prejudicada. Mais tarde, a adoção de um protocolo rigoroso com medidas sanitárias para proteção à Covid-19 fechou o ciclo e permitiu que os futuros delegados se reunissem novamente na sede da academia para a conclusão presencial do curso.

A diretora da Academia de Polícia, delegada Elisangela Melo Reghelin, destacou os desafios de realizar o curso de formação durante a pandemia. “Cruzamos a linha de chegada. Foi a primeira vez que o concurso foi feito para candidatos com três anos de experiência jurídica. Também tivemos o maior número de candidatos da história gaúcha – mais de 16 mil. Além disso, fizemos um curso de formação em meio à pandemia. Vivemos a era do imponderável, nem todas as variáveis poderiam ser conhecidas previamente, e a vida humana é de uma imensa fragilidade que, às vezes, esquecemos. Formamos policiais em meio a uma guerra”, descreveu.

A nova turma de delegados é composta por homens e mulheres com idades entre 27 e 45 anos, sendo 29 do Rio Grande do Sul. Os demais são do Rio de Janeiro (5), Santa Catarina (5); Paraná (3), Minas Gerais (2), Rio Grande do Norte (2), Distrito Federal (2), Bahia (1), Ceará (1), Espírito Santo (1), Piauí (1), Pernambuco (1), Rondônia (1) e São Paulo (1).

Desde 2014 novos delegados não ingressavam no Estado. Ainda neste ano, a Acadepol formará 129 escrivães e 132 inspetores. Também estão em formação 876 soldados da Brigada Militar, 84 bombeiros militares e 71 servidores (peritos médico-legistas, técnicos em perícias e peritos criminais) do Instituto-Geral de Perícia.

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