Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 2 de outubro de 2022
Tragédia pode ser uma das dos piores em estádios no mundo
Foto: Reprodução/YoutubeO número de mortes confirmadas após uma briga generalizada no estádio Kanjuruhan, na cidade de Malang, Indonésia, subiu para 174, conforme o vice-governador da província de Java Oriental, Emil Dardak. A informação foi confirmada em entrevista à rede de televisão Kompas TV na manhã deste domingo (02).
A tragédia em Malang é um dos piores desastres em estádios registrados no mundo. Na noite de sábado (1º), torcedores do Arema FC invadiram o gramado e entraram em confronto com a polícia após o time perder por 3 a 2 para o Persebaya Surabaya, a primeira derrota em mais de duas décadas para o rival, em partida válida pelo campeonato nacional.
A polícia tentou persuadir os torcedores a voltarem às arquibancadas e disparou gás lacrimogêneo depois que dois policiais foram mortos. Muitas das vítimas foram pisoteadas até a morte ou sufocadas, segundo as autoridades.
Vários sobreviventes descreveram como os espectadores em pânico se aglomeraram quando o gás lacrimogêneo foi disparado contra eles.
“Os policiais dispararam gás lacrimogêneo e automaticamente as pessoas correram para sair, empurrando umas às outras, e isso causou muitas vítimas”, disse Doni, um espectador de 43 anos que não quis revelar seu sobrenome.
“Nada estava acontecendo, não havia tumulto. Não sei qual foi o motivo, de repente eles atiraram gás lacrimogêneo contra nós. Isso me chocou, você não acha que havia crianças e mulheres?”, questionou.
Imagens capturadas dentro do estádio durante a debandada mostraram grandes quantidades de gás lacrimogêneo e pessoas subindo cercas. Algumas carregavam espectadores feridos em meio ao caos. Outros vídeos compartilhados nas redes sociais mostram pessoas gritando obscenidades para os policiais, que se protegiam com escudos.
O estádio tem capacidade para 42 mil pessoas e, conforme as autoridades, estava cheio. “Gostaria de enfatizar que (…) nem todos os participantes tiveram comportamento anárquico. Apenas cerca de 3 mil entraram em campo”, disse o chefe de polícia da província de Java Oriental, Nico Afinta.
Um diretor do hospital disse à televisão local que um menino de cinco anos estava entre as vítimas. O presidente indonésio Joko Widodo ordenou neste domingo uma revisão da segurança nos estádios após a tragédia.