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Rio Grande do Sul Polícia gaúcha divulga trechos de escritos deixados por mulher que envenenou família com bolo

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Bolo com arsênio matou três pessoas da mesma família no litoral gaúcho.

Foto: Sofia Villela/IGP
Bolo com arsênio matou três pessoas da mesma família no litoral gaúcho. (Foto: Sofia Villela/IGP)

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul divulgou três trechos de escritos deixados por Daise Moura dos Anjos antes dela morrer na prisão. Ao concluir a investigação, a polícia decidiu divulgar tais trechos que corroboram para a conclusão de que Daise foi a responsável pela morte de quatro pessoas envenenadas com arsênio.

Nos trechos, Daise parece reforçar que sua desavença maior era com a sogra, Zeli dos Anjos. “Muito obrigado por esses 20 anos que fez da minha vida de casado um inferno”, escreveu a mulher.

“Mais uma vez eu sou a vilã e você é a mocinha”, continuou. “Conseguiu ficar com tudo que é meu, minha família, minha casa”, disse Daise em outro trecho.

A nora também afirmou que tinha afeição ao sogro e a outras pessoas da família, mas uma desavença de 20 anos atrás teria feito com que a relação desandasse.

O objetivo de Daise era matar sua sogra, Zeli dos Anjos. Ela colocou arsênio na farinha da casa de Zeli, e sua sogra usou o ingrediente, sem saber que estava envenenado, para fazer um bolo. Nisso, “como efeito colateral”, Daise acabou envenenando e causando a morte de três das pessoas que acabaram consumindo o alimento: as irmãs Neuza Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva, assim como a filha de Neuza, Tatiana Denize Silva dos Anjos.

Isso aconteceu em dezembro passado em Torres, no litoral do Rio Grande do Sul. Já a quarta vítima foi seu sogro, Augusto dos Anjos, que morreu três meses antes do caso do bolo envenenado. Ele ingeriu leite em pó contaminado pela nora, e isso foi constatado apenas com o desenrolar do caso.

A sogra sobreviveu e recebeu alta do hospital em que ficou internada em janeiro deste ano. Além dela, uma criança de 10 anos também sobreviveu após comer o bolo.

“Ela é única autora [dos crimes]. Até o momento, não surgiu nenhum outro autor desse fato criminoso. E, por isso, em razão do seu falecimento, o fato dela ter tirado a própria vida no presídio de Guaíba, levou a extinção da punibilidade”, apontou o delegado Fernando Sodré, chefe de polícia, na coletiva dessa sexta.

O caso misterioso demandou grande empenho de inteligência e investigação policial e levou à prisão da mulher que, posteriormente, a polícia classificou como serial killer.

Equipes multidisciplinares das forças de segurança do Rio Grande do Sul atuaram de forma integrada. Foram realizadas necropsias, análises químicas e toxicológicas, para esclarecer o caso e encontrar provas científicas para a investigação.

O Instituto-Geral de Perícias do Rio Grande do Sul (IGP-RS) analisou materiais biológicos das vítimas. Entre as cerca de 90 amostras analisadas foram verificados conteúdo estomacal, sangue e urina. Os níveis de arsênio no sangue ficaram de 20 a 60 vezes acima da concentração da faixa considerada tóxica em seres humanos, afastando a hipótese de intoxicação alimentar, contaminação ocupacional, acidental ou natural.

Com análises técnicas, a perícia confirmou que a farinha utilizada no preparo do bolo apresentava uma concentração de 65 gramas de arsênio por quilograma, cerca de 2,7 mil vezes maior do que a encontrada no próprio alimento.

A forma mais comum do arsênio é uma substância branca sem gosto nem cheiro. Deste modo, a acusada do crime misturou o item na farinha, o que passou despercebido por quem manuseou o ingrediente. Para identificar a substância na cozinha da família, o Instituto-Geral de Perícias utilizou um aparelho chamado XRF, que tem como princípio a fluorescência de raio x e detecta metais como o arsênio.

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https://www.osul.com.br/policia-divulga-trechos-de-escritos-deixados-por-mulher-que-envenenou-familia-com-bolo/ Polícia gaúcha divulga trechos de escritos deixados por mulher que envenenou família com bolo 2025-02-22
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