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Polícia do Rio investiga se frentista que filmou dentista em banheiro de posto divulgava vídeos nas redes sociais

Investigadores apuram se imagens foram divulgadas em redes sociais e encaminhadas para grupos de aplicativos de conversa. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

A Polícia Civil do Rio de Janeiro instaurou um inquérito e pediu a quebra de sigilo de celular do frentista que filmou uma mulher em um banheiro de um posto na Lagoa, na Zona Sul da cidade. Segundo a delegada Camila Lourenço, assistente da 14ª DP (Leblon), que investiga o caso, o objetivo é saber se as imagens foram divulgadas em redes sociais e encaminhadas para grupos de aplicativos de conversa. A delegacia também vai investigar se outras mulheres foram vítimas de filmagem não autorizada.

“É importante destacar que a conduta apurada revela contumácia por parte do investigado, de modo que não se descarta que ele tenha se valido do mesmo expediente para filmar outras mulheres na mesma situação. Dessa forma, a extração dos dados do aparelho celular viabilizará não apenas a prova da materialidade da conduta que ensejou a instauração da investigação, como também permitirá esclarecer se há outros registros dessa natureza, há quanto tempo o investigado vem agindo e, principalmente, qual a finalidade criminosa com esta conduta, ou seja, se a filmagem se destina à satisfação pessoal ou à divulgação em sites de pornografia e grupos de WhatsApp” explica a delegada.

A vítima, a dentista Laíris Gonçalves de Aguiar, disse que está com medo e traumatizada pela situação.

“É uma indignação total. Horrível a sensação. É traumatizante, não desejo pra ninguém. É um dano psicológico surreal. Eu to com medo agora 24 horas e não confio mais em banheiro público. Fica meu alerta para as mulheres”, disse a dentista.

Na última sexta-feira (14), Laíris percebeu que estava sendo filmada dentro do banheiro de um posto de gasolina. Com a ajuda do marido, ela conseguiu flagrar o frentista José Lucas Cândido. Ele foi demitido por justa causa e levado para a delegacia.

“Assim que eu estava me secando, já acabando, eu olhei pra cima e tinha um buraco. O frentista estava lá me gravando. Eu gritei muito alto e meu marido foi atrás”, relembrou a vítima.

Segundo a Polícia Civil do RJ, o frentista prestou depoimento em termo circunstanciado pelo crime de registro não autorizado de intimidade sexual, e o caso foi encaminhado para o Juizado Especial Criminal. José Lucas Cândido responderá o processo em liberdade. A pena para esse tipo de crime varia de 6 meses a 1 ano.

A delgada Juliana Ferreira da Silva, responsável pela investigação do caso, disse que casos como esses devem ser denunciados para que os criminosos possam ser punidos.

“Se a gente nunca expuser, isso nunca vai parar de acontecer. Então acho que o correto é realmente, mesmo tendo muito medo, é a gente falar sobre, denunciar, é gritar como ela fez”, explicou a delegada.

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