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Política Polícia Federal acredita que cerca de 180 envolvidos no quebra-quebra em Brasília podem estar escondidos na Argentina, Uruguai e Paraguai

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Investigadores buscam a extradição dos foragidos. (Foto: Conjur)

A Polícia Federal (PF) está investigando a fuga de 180 envolvidos nos atos extremistas de 8 de janeiro de 2023, que podem estar foragidos na Argentina, Uruguai e Paraguai. Ricardo Saadi, diretor de combate ao crime organizado da PF, revelou essa informação durante uma operação realizada no início de junho, destinada a prender os participantes que descumpriram medidas cautelares judiciais ou que fugiram para outros países.

Ainda existe a possibilidade de que outros foragidos, não identificados pela PF, estejam ocultos. A PF está utilizando recursos de inteligência para rastrear os fugitivos, identificar as rotas de fuga e localizar seus esconderijos atuais.

Os investigadores não descartam a hipótese de que alguns dos foragidos tenham solicitado asilo na Argentina, além de cruzarem as fronteiras do Uruguai e do Paraguai. A facilidade em atravessar fronteiras, especialmente pela Ponte da Amizade, que liga Brasil e Paraguai, é um fator significativo.

Extradições e análise de refúgio

Andrei Rodrigues, diretor da PF, afirmou que os pedidos de extradição dos fugitivos localizados na Argentina serão formalizados nesta semana. O Brasil aguarda a resposta da comissão de refugiados da Argentina para proceder com os pedidos de repatriação baseados nos dados coletados.

O governo argentino analisará individualmente os pedidos de refúgio feitos pelos brasileiros. Não houve um pedido unificado e nenhum nome de destaque está entre os fugitivos, o que reduz a possibilidade de comoção para concessão de refúgio.

Na segunda-feira (10), em entrevista ao blog de Julia Duailibi, o embaixador brasileiro na Argentina, Julio Bitelli, afirmou que “não há informações de que Milei vai ajudar brasileiros que fugiram para a Argentina”. Ele mencionou que o Brasil enviou uma lista com 143 condenados pelo 8 de janeiro que estão foragidos. Bitelli reforçou que até o momento não houve nenhuma manifestação ou ação do governo argentino indicando que não cooperará com o Brasil. “Milei, desde que assumiu, não fez mais nenhuma menção negativa ao Brasil.”

Megaoperação

Na semana passada, a PF conduziu uma megaoperação para prender os participantes dos atos, autorizada pela Justiça, que resultou em 209 mandados de prisão. Destes, 47 não foram cumpridos, pois os alvos já estavam na Argentina, fugindo das punições no Brasil.

Autoridades argentinas informaram à polícia brasileira que 65 investigados pelos atos estão buscando refúgio no país vizinho. Portanto, além dos 47 com mandados de prisão, outros 18 ainda não foram mapeados pelas autoridades brasileiras.

A PF tem conhecimento de que esses brasileiros entraram na Argentina sem passar pelas autoridades de fronteira, utilizando métodos como porta-malas de carros, travessias de rios e caminhadas a pé pela fronteira.

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