Quarta-feira, 04 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 18 de janeiro de 2024
Alvo da 24ª fase da Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal (PF), o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) teve uma arma, celulares, computador e passaporte apreendidos na ação, na manhã dessa quinta-feira (18). Ele é suspeito de incitar e promover atos antidemocráticos que contestavam o resultado das eleições presidenciais no ano retrasado, como bloqueios das rodovias no interior do estado.
A medida foi deferida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Na decisão, o magistrado determinou a busca e apreensão domiciliar de “armas, munições, computadores, tablets, celulares e outros dispositivos eletrônicos, bem como de quaisquer outros materiais relacionados aos fatos aqui descritos”.
Antes de se candidatar a cargos eletivos, Jordy foi aprovado na prova de escrivão da PF. Embora sua pistola estivesse legalizada, ela foi apreendida na casa do parlamentar, no Rio, em decorrência do despacho de Moraes. Outra arma, emoldurada e exposta em seu gabinete, em Brasília, não foi levada pelos agentes.
As investigações apontam que esses atos liderados pelo deputado podem ter culminado nas invasões e depredações das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro. Na ocasião, os prédios do Congresso, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto foram destruídas.
Líder da oposição na Câmara e pré-candidato à prefeitura de Niterói, Jordy teria mensagens com golpistas, participando de alguns grupos de WhatsApp e passando orientações sobre os atos antidemocráticos.
Após prestar depoimento à PF, Carlos Jordy negou envolvimento com os ataques de 8 de janeiro:
“Em momento algum fiz incitações. Nunca incitei, muito menos financiei, não tenho relação alguma com o 8 de janeiro e ninguém dessas pessoas que foram para os quartéis generais. Eles dizem que há mensagens minhas, que eu seria um articulador, mas é mentira. A não ser que estejam fazendo uma armação pra mim é tudo me leva a crer que é isso.”
Os demais alvos da operação dessa quinta são apoiadores de Bolsonaro que montaram acampamento em frente à 2 Companhia de Infantaria do Exército, em Campos dos Goytacazes (RJ), e bloquearam trechos da BR-101 na mesma cidade. Os atos eram em protesto contra a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
As investigações continuam em curso e a Operação Lesa Pátria é permanente, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais cumpridos e pessoas capturadas.