Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 28 de abril de 2025
A Polícia Federal (PF) apreendeu ao menos R$ 41 milhões em bens e valores durante a operação Sem Desconto, que cumpriu mandados contra suspeitos de envolvimento em um esquema de fraudes ao INSS.
Segundo o balanço parcial da operação, obtido nessa segunda-feira (28) pela TV Globo, apenas em dinheiro vivo foi apreendido o equivalente a R$ 1,734 milhão, entre reais e moedas estrangeiras. Esse montante foi encontrado em diversos endereços ligados aos suspeitos, incluindo residências e sedes de associações investigadas.
Durante a operação, foram apreendidos ainda:
* 61 veículos, avaliados em R$ 34,5 milhões;
* 141 joias, que tiveram o valor estimado em R$ 727 mil.
O valor total inclui ainda outros bens, como máquinas, equipamentos eletrônicos e objetos de arte apreendidos nos locais visitados pelos agentes federais. De acordo com os investigadores, os bens de alto valor demonstram o enriquecimento ilícito dos envolvidos e serão fundamentais na tentativa de ressarcir os cofres públicos.
Operação
A operação Sem Desconto investiga a suspeita de desconto irregular em aposentadorias e pensões pagas pelo INSS. Segundo a PF, os valores descontados eram repassados a associações que, em tese, estavam sendo remuneradas por serviços oferecidos a essas pessoas.
Entretanto, a investigação indica que a maior parte desses descontos era feita sem a autorização dos aposentados e pensionistas. A apuração revelou que essas associações se utilizavam de fraude, como a falsificação de assinaturas e de documentos, para conseguir o desconto junto ao INSS. “Os beneficiários sequer tinham conhecimento de que estavam pagando por serviços que nunca solicitaram”, afirma um dos investigadores.
Os desvios ocorreram entre 2019 e 2024 e podem chegar a R$ 6,3 bilhões, apontam estimativas. Segundo os dados levantados, o esquema envolvia centenas de milhares de beneficiários e dezenas de associações fraudulentas espalhadas pelo país.
Ao todo, seis pessoas foram presas durante a operação, todas ligadas a associações suspeitas de fraudarem o INSS. Além disso, a Justiça determinou o afastamento de toda a cúpula do INSS e de um policial federal suspeito de fazer parte do esquema. As investigações apontam que o agente teria atuado para facilitar o acesso a informações sigilosas e barrar denúncias internas.
Após a operação, o governo anunciou a demissão do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Ele foi um dos afastados do cargo pela Justiça e é investigado pela PF por suspeita de omissão.