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Política Polícia Federal avalia que prisão de agente pode ser elo entre as investigações sobre a tentativa de golpe e a “Abin paralela”

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Wladimir Matos foi interrogado para dar explicações sobre o suposto envolvimento no plano para matar autoridades. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

O agente da Polícia Federal (PF) Wladimir Matos Soares foi interrogado para dar explicações sobre o suposto envolvimento na participação do plano para matar autoridades da República.

Segundo apuração do blog da jornalista Daniela Lima, Soares inicialmente reagiu à abordagem da corporação. Ele tentou esconder o telefone celular dos agentes, mas a ação foi frustrada pelos agentes.

Com o aparelho apreendido e sob mandado de prisão, ele optou por falar. Segundo fontes que acompanham o caso, ele prestou um longo depoimento, esclarecendo pontos importantes da investigação, que já estava bastante avançada.

Em depoimento, ele confirmou que soube do plano de golpe de Estado por outro policial federal que trabalhava na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramalho.

Ele disse que foi cooptado a participar do grupo e que eles seriam responsáveis pela segurança de Jair Bolsonaro pós-golpe.

“Ramalho fazia parte de uma suposta equipe que estava sendo montada. Essa equipe faria segurança do Palácio do Planalto e de Jair Bolsonaro caso ele resolvesse não entregar a faixa presidencial”, diz trecho do depoimento.

Wladimir Matos Soares fez parte da equipe da segurança do hotel onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ficou hospedado no período de transição de governo. Policiais mais próximos de Lula descobriram que ele também frequentava acampamentos de manifestantes extremistas e ele foi afastado da função.

O Alexandre Ramalho, que foi citado na última terça-feira (19) no depoimento, já é investigado esquema que apura a utilização da Abin para grampear autoridades de forma ilegal. Ele já foi interrogado pela PF, mas o depoimento é mantido sob sigilo.

Desconfiança

Essa não é a primeira vez que os investigadores desconfiam da delação premiada de Mauro Cid. Desde o começo dos depoimentos do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), era esperado que ele não iria fazer grandes revelações. Por isso, a apreensão do celular de Cid foi o bem mais precioso para a investigação porque, a partir da extração dos dados, foi-se revelando todos os passos da tentativa de golpe de Estado.

Cid deu um novo depoimento à Polícia Federal na terça. Ele foi chamado para dar esclarecimentos após a PF recuperar dados apagados do computador dele e também foi interrogado sobre o plano golpista para matar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Alexandre de Moraes, revelado em operação da PF no mesmo dia.

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