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Brasil Polícia Federal cita “riscos concretos” de vazamento de investigações que tramitam no Superior Tribunal de Justiça

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Inquérito não investiga diretamente ministros da Corte.(Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

A Polícia Federal citou “riscos concretos” de vazamento de investigações que tramitam no STJ (Superior Tribunal de Justiça) ao apresentar um pedido ao STF (Supremo Tribunal Federal) para abrir um inquérito sobre o caso.

No documento, que está sob sigilo, a PF apontou a probabilidade de vazamento de informações de um caso que apura justamente o vazamento de operações policiais em gabinetes do STJ. O inquérito não investiga diretamente ministros da corte.

No pedido de abertura da investigação, encaminhado ao ministro Cristiano Zanin, a PF afirmou que, frente a esse risco, “não resta uma alternativa senão provocar a atuação excepcional do Supremo Tribunal Federal para assumir a supervisão do presente inquérito policial”.

“A investigação visará desvendar a origem e os respectivos responsáveis pelo ‘vazamento’ de informações relacionadas a investigações sigilosas supervisionadas pelo Superior Tribunal de Justiça, especialmente envolvendo futuras deflagrações de operações policiais”, afirmaram os delegados.

Procurado, o STJ informou em nota que “não se manifesta sobre investigações e processos que tramitam em outros tribunais”.

O pedido da PF embasou a fase mais recente da Operação Sisamnes, que foi aberta inicialmente para investigar suspeitas de venda de decisões judiciais em gabinetes do STJ relacionadas ao lobista Andreson de Oliveira Gonçalves.

Essa última fase da operação não tem até o momento indícios de envolvimento de Andreson e trata de vazamentos de informações de dentro de gabinetes do STJ.

A PF pediu a Zanin que autorizasse uma operação sobre o tema no dia 25 de fevereiro. Depois que o pedido foi analisado e aceito, todo o caso foi transferido para o STF.

Operação Maximus

Os investigadores começaram a desconfiar desses vazamentos ao analisar celulares apreendidos na Operação Maximus, sobre vendas de decisões do Tribunal de Justiça do Tocantins.

Em gravação de um telefonema de junho de 2024, um sobrinho do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) conversa com um desembargador sobre “companheiros em Brasília” que ficariam monitorando informações do STJ.

Ele menciona dados que seriam dos inquéritos sigilosos relacionados à própria Maximus e a outra operação, que investigava suspeitas de desvios na distribuição de cestas básicas no período da pandemia.

Ambas as operações só foram deflagradas em agosto do ano passado, dois meses após o telefonema.

Ao pedir a autorização para prisão preventiva, buscas e apreensões e análise dos materiais que seriam coletados para investigar se houve vazamentos, a Polícia Federal pediu que o caso ficasse sob responsabilidade de Zanin.

Os delegados justificam que, embora não haja indicativos diretos de que ministros do STJ, que têm foro especial no Supremo, tenham cometido irregularidades, “as particularidades do caso e, mais ainda, o escopo da investigação reclamam uma atuação excepcional da Corte Suprema, o que certamente assegurará a efetividade do trabalho investigativo”.

A PF diz que “do conteúdo das mensagens trocadas entre os interlocutores que deriva a probabilidade de os vazamentos de informações e documentos sigilosos terem saído do Superior Tribunal de Justiça, incluindo, aqui, os gabinetes de ministros do Superior Tribunal de Justiça”.

Os policiais ainda pedem que o ministro reconheça que o contexto da investigação tem relação com o da Operação Sisamnes. A PGR (Procuradoria-Geral da República), ao ser consultada, afirmou que via nas investigações sobre vazamentos “estrita relação” com o caso das vendas de decisões no STJ.

Em 17 de março, Zanin autorizou buscas e apreensões a respeito dos vazamentos e pediu a opinião da PGR sobre a vinculação da operação sobre vendas de decisões judiciais no Tocantins com a investigação enviada ao Supremo —o que levaria toda a operação sobre o Judiciário do estado para o STF.

Venda de decisões

Atualmente, gabinetes de ao menos quatro ministros do STJ são investigados nos inquéritos que tramitam no STF sobre venda de decisões. São eles os de Og Fernandes, Isabel Gallotti, Nancy Andrighi e Paulo Moura Ribeiro.

Na última fase da Sisamnes, foi cumprido um mandado de prisão contra Thiago Barbosa de Carvalho, o sobrinho do governador, que, por sua vez, não foi indiciado.

Também foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão. Entre outros itens, os policiais encontraram cópias de inquéritos em um computador que era usado por Thiago.

Ao deflagrar a operação, Zanin afirmou que as medidas por ele determinadas são “uma resposta do STF diante da gravidade dos casos narrados pela PF, que mencionam, de forma verdadeira ou não, ministros do STJ”. Com informações da Folha de S. Paulo.

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https://www.osul.com.br/policia-federal-cita-riscos-concretos-de-vazamento-de-investigacoes-que-tramitam-no-superior-tribunal-de-justica/ Polícia Federal cita “riscos concretos” de vazamento de investigações que tramitam no Superior Tribunal de Justiça 2025-04-20
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