Sexta-feira, 07 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de junho de 2015
O ex-ministro Antonio Palocci está sob investigação da PF (Polícia Federal) por suspeita de lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos ou valores oriundos de corrupção. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (15) pela Justiça Federal do Paraná.
O inquérito foi aberto pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), em despacho de 14 de abril, após o ministro Teori Zavaski, do STF (Supremo Tribunal Federal), ter enviado à Justiça Federal do Estado pedido para que fosse investigada a doação 2 milhões de reais para a campanha à eleição da presidenta Dilma Rousseff em 2010. Palocci era coordenador da campanha.
O ex-ministro foi citado em depoimento de delação premiada do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa em dezembro de 2014. Ele disse que mandou o doleiro Alberto Youssef pagar 2 milhões de reais a Palocci, para serem usados na campanha petista.
“Autorizei Youssef a fazer o pagamento. Mas quem me trouxe esse assunto foi Youssef, quem operacionalizou foi Youssef. Não tive nenhum contato nem com o Palocci e muito menos com a Dilma sobre esse fato. Isso tudo veio pelo Youssef”, disse Costa, em depoimento registrado na Justiça Federal.
Youssef, porém, também em depoimento de delação premiada, negou ter repassado qualquer quantia ao ex-ministro Palocci. O doleiro afirmou que Costa deve ter confundido o doleiro que fez o pagamento.
Palocci foi ministro da Fazenda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministro da Casa Civil na gestão de Dilma. Era um dos coordenadores da campanha do PT à Presidência e mantinha um escritório de consultorias.
O ex-diretor da Petrobras disse ter conhecido Palocci em 2004, quando o ex-ministro integrava o Conselho de Administração da estatal. Na época, Palocci, era ministro da Fazenda.
De acordo com Costa, o dinheiro a ser repassado a Palocci, que não estava mais no governo, pertencia à cota do PP no esquema de desvios de recursos da Petrobras. Segundo ele, a parte do PP correspondia à Diretoria de Abastecimento da Petrobras.
A presidenta Dilma não é alvo da investigação. O advogado do ex-ministro, Roberto Batochio, foi procurado mas não foi localizado.
Envolvimento de Dilma
Em maio, ao julgar o pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), o ministro Zavascki seguiu o entendimento da PGR e decidiu que não há indícios que envolvam Dilma. Dessa forma, o ministro remeteu a parte da investigação que envolve Palocci para a Justiça Federal no Paraná, pois o ex-ministro não tem foro privilegiado.
A defesa do ex-ministro sustentou que os delatores não estão dizendo a verdade, e afirmou que Palocci não tem envolvimento com os fatos investigados na Operação Lava-Jato. Os advogados de Palocci pedem reiteradamente acesso à investigação, e apontam vazamentos ilícitos para a imprensa.
“Urge que esse douto Juízo, que, por força do controle jurisdicional das investigações, tem o domínio desses fatos, expeça provisão para restabelecer a ordem jurídica violada e assegure os direitos fundamentais do investigado”, argumentou a defesa. (AG)