Quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de novembro de 2022
A Polícia Federal comunicou a Interpol sobre o novo mandado de prisão contra o empresário e herdeiro Thiago Brennand, réu pelo crime de agressão.
Desta vez, a inclusão ocorre pelo processo da mulher, que segundo a denúncia do Ministério Público de São Paulo, foi mantida em cárcere privado, estuprada, torturada e obrigada a tatuar o nome do empresário. Ao todo, neste processo, Thiago Brennand responde por 9 crimes.
Segundo fontes na Polícia Federal, a comunicação com a Interpol solicitada pela Justiça Paulista, aconteceu no último dia 28 de outubro.
O nome de Thiago Brennand já constava na Difusão Vermelha por não ter retornado ao Brasil no prazo estipulado pela Justiça. O nome não sai da lista de procurados até que seja concluída a extradição.
Thiago responde por corrupção de menores e lesão corporal contra a atriz e modelo Helena Gomes.
Em outubro, Thiago Brennand foi preso pela Interpol em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Ele pagou fiança e foi solto. Vai aguardar o processo de extradição em liberdade mas precisa cumprir algumas medidas restritivas. Brennand não pode, por exemplo, deixar o país. Ele também precisou declarar endereço fixo e deve comparecer pessoalmente em audiências na Justiça. Agora, ele está aguardando a extradição para o Brasil.
Extradição
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) enviou, na última sexta-feira (5), ao Ministério da Justiça e Segurança Pública toda a documentação necessária para dar início ao pedido de extradição do empresário e herdeiro Thiago Brennand. O envio foi por meio eletrônico e os documentos foram traduzidos para o árabe, conforme determina a legislação dos Emirados Árabes Unidos.
“A documentação necessária para o pedido de extradição de Thiago Brennand já foi encaminhada ao Ministério da Justiça”, confirmou o Tribunal de Justiça, nesta segunda-feira (7) à reportagem.
A extradição foi solicitada pela Justiça de São Paulo, mas o trâmite é feito por outras autoridades (leia mais abaixo).
Thiago é réu por lesão corporal e corrupção de menores pelo TJ-SP. Ele é acusado pelo Ministério Público (MP) de agredir a atriz e modelo Helena Gomes em 3 de agosto numa academia na capital paulista. Além disso, a Promotoria o acusa de incentivar seu filho adolescente a ofender a aluna.
No dia em que o Ministério Público o denunciou à Justiça, em 4 de setembro, Thiago viajou de São Paulo aos Emirados Árabes, onde está desde então.
Em seguida, a Justiça paulista decretou a prisão preventiva dele por não ter comparecido ao fórum e entregado seu passaporte. A Interpol, polícia internacional, prendeu então Thiago em 13 de outubro em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes. Mas depois ele pagou fiança arbitrada pela Justiça árabe e foi solto.
Enquanto isso, ele vai aguardar o processo de extradição em liberdade mas precisa cumprir algumas medidas restritivas. Brennand não pode deixar o país. Precisou declarar endereço fixo e deve comparar pessoalmente em audiências na Justiça. Agora, ele está aguardando a extradição para o Brasil.
A documentação de Thiago foi solicitada pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI). O órgão é ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e responsável pela análise da documentação.
Entre os documentos solicitados estão o mandado de prisão, minuta da investigação e cópias dos textos legais referentes aos crimes cometidos por Thiago Brennand e as respectivas penas possíveis em caso de eventuais condenações.
O Ministério Público de São Paulo também acusa Brennand de ter cometido outros nove crimes, entre eles estupro, tortura, ameaça e cárcere privado, contra uma mulher que foi obrigada a tatuar as iniciais dele em Porto Feliz, interior de São Paulo.
A extradição de Thiago Brennand depende de uma negociação diplomática entre o Brasil e os Emirados Árabes Unidos, já que os dois países não têm um acordo formal de extradição.
No ano passado, a Câmara dos Deputados aprovou um Decreto Legislativo de um acordo com os Emirados Árabes Unidos, mas o texto não entrou em vigor porque também precisa ser aprovado pelo Senado e sancionado pelo presidente da República.