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A Polícia Federal prendeu 30 pessoas no combate à pedofilia em 14 estados, inclusive no Rio Grande do Sul. Os investigados utilizavam um servidor russo para compartilhar as imagens e os vídeos de crianças sendo abusadas

Mandados foram cumpridos em mais de 50 cidades. (Foto: Divulgação/PF)

A PF (Polícia Federal) deflagrou, no início da manhã desta terça-feira (25), a segunda fase da Operação Glasnost, que investiga a exploração sexual de crianças e o compartilhamento de pornografia infantil na internet. Os agentes cumpriram mandados em 51 cidades de 14 Estados brasileiros.

Foram expedidos três mandados de prisão preventiva, 72 de busca e apreensão e dois de condução coercitiva. Pelo menos 30 pessoas foram presas, sendo 27 em flagrante e três preventivamente. O delegado Flávio Augusto Palma Setti disse, em entrevista coletiva, que entre os presos estão pais que abusavam das próprias filhas e um homem de 80 anos.

Pelo menos 15 vítimas já foram identificadas, conforme a PF. “Um dos casos que nos chamou a atenção foi em Praia Grande, em São Paulo, de uma menina que sofreu abusos do pai entre os dois e oito anos de idade”, contou o delegado. “Os abusos só pararam porque ele ficou com medo que a filha contasse para as amigas”, explicou.

Segundo a PF, a investigação teve como base o monitoramento de um site russo utilizado como uma espécie de “ponto de encontro” de pedófilos do mundo todo. Os investigados produziam e armazenavam fotos e vídeos de crianças, adolescentes e até mesmo de bebês com poucos meses de vida, muitos deles sendo abusados sexualmente por adultos, e as enviavam para contatos no Brasil e no exterior.

As ordens judiciais foram cumpridas no Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Ceará, Pernambuco, Bahia, Maranhão, Piauí, Pará e Sergipe. A PF disse ainda que as investigações resultaram na identificação de centenas de usuários, brasileiros e estrangeiros, que compartilhavam pornografia infantil na internet, bem como de diversos abusadores sexuais e produtores de pornografia infantil, tendo sido identificadas, ainda, várias crianças vítimas de abuso.

Rio Grande do Sul

Quatro homens foram presos em flagrante no Estado durante a operação da PF. Em Porto Alegre, um servidor público federal foi detido por posse de arma de fogo. Em Viamão, Sapiranga e Alvorada, na Região Metropolitana de Porto Alegre, outros três criminosos foram presos em flagrante por posse de material com conteúdo pornográfico infantil. As identidades dos presos não foram reveladas.

Primeira fase

A primeira fase da operação foi deflagrada em novembro de 2013. Na época, foram cumpridos 80 mandados judiciais e realizadas 30 prisões em flagrante por posse de pornografia infantil. Também foram identificados e presos diversos abusadores sexuais, bem como resgatadas vítimas, com idades entre 5 e 9 anos.

O nome da operação

O nome da operação é uma referência ao termo russo que significa transparência. “A palavra foi escolhida porque a maior parte dos investigados utilizava servidores russos para a divulgação de imagens de menores na internet e para realizar contatos com outros pedófilos ao redor do mundo”, explicou a PF. (AG)

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