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Brasil Polícia Federal deflagra operação contra suspeitos de exploração sexual de meninas e mulheres na Terra Yanomami

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Hospital será para atendimento ao povo Yanomami, em Boa Vista, Roraima. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Quatro pessoas foram alvos de mandados da polícia, nesse sábado (18), em Boa Vista. Segundo a Polícia Federal, o grupo foi responsável por aliciar adolescente de 15 anos resgatada na semana. Os suspeitos podem ter envolvimento com a exploração sexual de meninas e mulheres em garimpos na Terra Indígena Yanomami.

Duas irmãs, suspeitas de liderarem o esquema foram presas. Outras duas pessoas estão foragidas.

As irmãs são Francisca de Fátima Guimarães Gomes e Marilene Guimarães Gomes. O marido de uma das delas também integra o esquema. Todos têm relação direta com o esquema criminoso.

Este mesmo grupo, também responsável por recrutar as vítimas, atraiu uma adolescente de 15 anos, resgatada esta semana pela PF. A menina passou cerca de 30 dias numa área de garimpo e relatou ao Conselho Tutelar que fazia até 16 programas por noite.

A operação da PF buscava, além de prender os quatro suspeitos, cumprir quatro mandados de busca e apreensão. As ordens foram expedidas pela Vara de Crimes contra Vulneráveis da Justiça Estadual de Roraima.

Após o resgate da menina, a PF identificou as pessoas que estariam envolvidas na logística e na operacionalização do esquema criminoso, que envolve o envio de mulheres e de adolescentes para serem exploradas sexualmente em regiões de garimpo, inclusive mediante o engano delas.

Foi identificado que os aliciadores atraem as vítimas pelas redes sociais com promessas de ganhos irreais – isso aconteceu com a adolescente resgatada. Ela foi chamada para trabalhar na cozinha do garimpo e ganhar até R$ 5.800 em um mês, mas, ao chegar no local, descobriu que teria de se prostituir.

“Por meio de perfis falsos em redes sociais, os aliciadores fariam o contato com mulheres e adolescentes, ofertando a possibilidade de trabalharem no garimpo nas mais variadas áreas (inclusive na prostituição) com promessa de ganhos irreais. Após serem convencidas, um motorista à serviço do grupo criminoso buscaria as vítimas aliciadas, levando-as até uma pista clandestina, onde eram transportadas por avião até a área do garimpo. Lá chegando, em condições de extrema precariedade, as vítimas eram informadas e cobradas pelos custos do transporte, que custaria até R$ 10.000,00 gerando, a partir daí, uma dívida inicial com os gerentes do grupo criminoso”, detalha a PF.

Todo o sustento das vítimas, da alimentação até a moradia, era cobrado pelos aliciadores, de modo que a impedi-las de saírem de lá enquanto não quitassem a dívida.

Na tentativa de quitar dívidas cada vez maiores, “as vítimas chegavam a realizar até 15 programas por noite, além de sofrerem ameaças caso não quisessem se prostituir”.

De acordo com o conselheiro tutelar Franco Rocha, que também ouviu a adolescente de 15 anos, a situação é gravíssima e o resgate evidenciou que o crime é muito mais amplo. Além disso, as informações apontam que existe uma situação de cárcere privado na região.

“Há uma quantidade muita mais expressiva de adolescentes que estão neste exato momento nas áreas indígenas, sofrendo diversos tipos de violência inclusive a exploração sexual, a prostituição e até em situação de risco”, afirma o conselheiro.

“Porque algumas informações que chegaram até o conselho tutelar é de que há uma situação também de cárcere privado onde as adolescentes não podem retornar como gostariam, sendo ameaçadas de morte. Não somente elas, mas as famílias também. Então, é uma situação brutal, cruel, contra as famílias, contra as adolescentes de Boa Vista, de Roraima”, completa Franco.

A ação contra os criminosos foi denominada operação Palácios, em referência à Lei Palácios, primeira lei contra a exploração sexual de crianças e tráfico de mulheres e que entrou em vigor na Argentina em 1913.

Vítimas ou pessoas que saibam de situações semelhantes podem denunciar anonimamente à PF em Roraima por meio do telefone (95) 3621-1500 ou direto na Superintendência.

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