Sábado, 23 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 4 de agosto de 2024
A Polícia Federal deflagrou a segunda fase da Operação Cianose, com o objetivo de recuperar recursos desviados na compra de respiradores pelo Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (Consórcio Nordeste) durante a pandemia de covid-19.
Na quinta-feira (1), oficiais da PF cumpriram 34 mandados de busca e apreensão, além de medidas judiciais de sequestro de bens, nos estados da Bahia, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. Os mandados e medidas foram expedidos pela Justiça Federal da Bahia.
A investigação visa um suposto esquema de desvio de recursos públicos e também averigua delitos de crimes licitatórios, lavagem de capitais e organização criminosa. Segundo a PF, durante a pandemia de covid-19, o Consórcio Nordeste teria feito um processo de aquisição de 300 respiradores com diversas irregularidades.
O consórcio teria antecipado o valor integral da compra sem que houvesse, no contrato, qualquer garantia contra uma eventual inadimplência por parte da empresa contratada. Nenhum dos respiradores chegou a ser entregue.
Primeira fase
A primeira fase da operação, ocorrida em abril de 2022, teve como um principais alvos o ex-secretário do governo da Bahia, Bruno Dauster Magalhães. À época do caso investigado, o atual ministro-chefe da Casa Civil do governo Lula, Rui Costa, era governador do Estado e presidente do Consórcio Nordeste. A assessoria de Rui Costa informou que ele não foi alvo da operação.
A PF não deu detalhes sobre quais seriam os alvos da fase da operação realizada nessa quinta. Informações dão conta de que um dos alvos seria o empresário Cléber Isaac, suspeito de intermediar a compra. Investigações da força apontariam que ele teria recebido R$ 1,6 milhão pela realização do intermédio entre o governo da Bahia e a empresa HempCare – responsável pela importação dos respiradores da China.
Delação premiada
Em abril, a empresária Cristiana Prestes Taddeo, da HempCare, realizou uma delação premiada relacionada ao caso, em cujo depoimento, citou o ministro-chefe da Casa Civil. À época, Rui Costa negou envolvimento e disse, por meio de nota, jamais ter tratado com intermediários sobre a aquisição dos respiradores ou de quaisquer outros equipamentos. Ele alegou, ainda, que compras realizadas por estados e municípios no momento da pandemia foram feitas com pagamento antecipado pois essa era a “condição vigente” naquele período. As informações são do jornal Correio Braziliense.