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Polícia Federal diz que delegado preso ofereceu carro blindado e a própria casa para chefe de facção do Amapá

Delegado Sidney Leite foi preso durante operação contra “esquemas de ilícitos”. (Foto: Polícia Civil/Reprodução)

O delegado Sidney Leite, que era titular da DTE (Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes) e que foi preso durante operação da Polícia Federal contra “esquemas de ilícitos” dentro e fora do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) do Amapá, teria oferecido um carro blindado e a própria casa para o chefe de uma facção do Estado.

O esquema foi registrado em mensagens por aplicativos trocadas pelo delegado com o preso e estão anexadas na denúncia do Ministério Público do Amapá.

O delegado estava licenciado da Polícia Civil para concorrer como deputado estadual nas eleições deste ano pelo partido PTB.

A polícia cumpriu nesta quarta-feira (14) 8 prisões preventivas, entre elas a do delegado. Segundo a PF, com base nos diálogos encontrados nas mensagens, ele falava com um funcionário do Iapen para interceder em favor de um preso.

O delegado, segundo a denúncia do MP, teria intermediado a locação de um veículo blindado para que o preso utilizasse quando saísse através do esquema de concessão do regime de prisão domiciliar.

Além do veículo, Sidney Leite se dispôs a alugar uma casa para hospedar o interno, após sua liberação do regime fechado.

Informações da PF mostraram ainda que Sidney teria oferecido a própria residência para o preso, mas desistiu, ao perceber que ele seria facilmente localizado, por conta do monitoramento da tornozeleira eletrônica que teria que utilizar, e isso traria a ele “um problema muito grande”.

Ainda durante as investigações, a Polícia Federal identificou que o interno planejava fugir, com o conhecimento do delegado, assim que fosse liberado e, eles teriam um outro acordo. Leite intermediaria a liberdade de um comparsa do preso, através da ajuda de integrante do Poder Judiciário em troca de vantagem indevida.

A conversa sugere o pagamento de R$ 30 mil ao delegado por essa intermediação. “Embora deixem claro no diálogo, a dificuldade da liberação do preso desta maneira, em razão da honestidade do integrante do judiciário”, explicou a PF.

A Polícia Civil do Amapá solicitou junto à Justiça que caso o delegado Sidney Leite permanecesse preso após a audiência de custódia, que ele fosse encaminhado à sede da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE), no Ciosp da Zona Oeste de Macapá, para o cumprimento da decisão judicial.

O documento detalha que de acordo com a lei Estadual nº 2.507, de 14 de agosto de 2020, “compete à CORE acompanhar a prisão de policial civil até a entrega na unidade prisional”.

Após audiência de custódia, a Justiça do Amapá decidiu manter presos 8 investigados na operação contra “esquemas de ilícitos” dentro e fora do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen). O delegado Sidney Leite e outros seis devem ser encaminhados ao Centro de Custódia do Novo Horizonte. Um dos presos segue em prisão domiciliar e outro foi morto dentro da penitenciária.

A Juiza Thina Luiza Dalmeida Gomes dos Santos Sousa decidiu por manter os presos provisoriamente separados em celas para preservar a vida deles. A magistrada citou como exemplo o caso do investigado Rafael Mendonça Góes, que já estava preso e foi achado morto dentro da penitenciária, horas após a operação.

Sobre a prisão do delegado Sidney Leite, a Polícia Civil do Amapá havia pedido para que ele fosse encaminhado à sede da CORE para o cumprimento da decisão judicial, mas a juíza decidiu que ele fosse encaminhado diretamente ao Centro de Custódia do Novo Horizonte. As informações são do portal de notícias G1.

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