Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 7 de setembro de 2017
A PF (Polícia Federal) encontrou as impressões digitais do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) no apartamento onde, na terça-feira (05), foram achados mais de R$ 51 milhões em espécie distribuídos em malas e caixas. A quantia é a maior apreensão em dinheiro vivo já feita pela PF.
As impressões digitais reforçam as suspeitas da ligação do ex-ministro com o dinheiro, comprovando que ele esteve no imóvel onde a quantia milionária estava guardada. Segundo a PF, o apartamento, localizado no bairro da Graça, em Salvador, era um local utilizado para a armazenagem de dinheiro ilícito em espécie.
A quantia foi localizada em uma ação de busca e apreensão na Operação Tesouro Perdido, um desdobramento da Operação Cui Bono, sobre investigações de fraudes na liberação de créditos da Caixa Econômica Federal.
De acordo com a PF, o dinheiro, que seria utilizado pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima, foi contabilizado em R$ 42.643.500 e US$ 2.688.000 (R$ 8.387.366,40, segundo a cotação do dia, de US$ 1 dólar = R$ 3,1203). A soma dos valores em dólares e reais é de R$ 51.030.866,40. Um vídeo divulgado pela polícia mostra a contagem das cédulas. Depois de contado, o valor srá encaminhado para uma conta judicial.
Geddel cumpre prisão domiciliar há quase dois meses no apartamento dele, em Salvador, sem monitoramento eletrônico. A Seap (Secretaria de Administração Penitenciária da Bahia) não dispõe de tornozeleiras. Geddel foi vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal entre 2011 e 2013, durante o governo de Dilma Rousseff. No governo Temer, foi ministro da Secretaria de Governo.
A prisão de Geddel foi decretada em julho. No pedido à Justiça, o Ministério Público Federal afirmou que o peemedebista é “um criminoso em série” e que faz dos crimes financeiros e contra a administração pública “sua própria carreira profissional”.
O empresário Sílvio Silveira, apontado como dono do apartamento onde foram encontradas as cédulas, se apresentou à PFe admitiu ter emprestado o imóvel, localizado em uma área nobre de Salvador, para o ex-ministro guardar documentos e pertences de seu pai. A informação foi divulgada pelo superintendente da PF na Bahia, Daniel Madruga, na quarta-feira (06).
Sílvio se apresentou espontaneamente na terça-feira (05), após ser intimado, e, de acordo com a PF, disse, no entanto, que não sabia que o local estava sendo usado para guardar dinheiro em malas e caixas. Conforme o superintendente, o empresário, que é ligado à construção civil, relatou que é um “conhecido” de Geddel.
“A informação que a gente tem é que esse apartamento teria sido emprestado supostamente para colocar pertences do pai do ex-ministro Geddel. E quando nós fomos lá, nos deparamos com o dinheiro. Na verdade, teria sido uma desculpa que ele [Geddel] usou para obter o apartamento emprestado”, disse Madruga. (AG)