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Polícia Federal faz buscas na sede da Funai; coordenador de índios isolados é alvo

No total, foram cumpridas 16 mandados em quatro Estados brasileiros e no Distrito Federal. (Foto: Divulgação)

A PF (Polícia Federal) mobilizou agentes, nesta quarta-feira (14), para o cumprimento de mandados de busca e apreensão em ação contra desmatamento e grilagem de terras na Terra Indígena Ituna-Itatá, localizada no sudeste do Pará. No total, foram cumpridas 16 ordens em quatro Estados brasileiros e no Distrito Federal. Segundo informações do jornal O Glogo, a sede da Funai, em Brasília, e a casa do coordenador geral de índios isolados, Geovânio Katukina, estavam entre os alvos. Policiais estiveram no andar onde está localizada a diretoria de proteção territorial do órgão. Foram apreendidos documentos, computadores, celulares e pen drives. O material será analisado pela PF, para reforçar a investigação.

A operação da PF, que tem como origem um inquérito criminal aberto sobre grilagem advocacia administrativa na TI Ituna-Itatá, conta com o apoio do Ibama e do Ministério Público Federal (MPF). Agentes atuam na retirada de invasores e maquinários utilizados e incendiando alojamentos clandestinos nos crimes ambientais na TI Ituna-Itatá, que segue com portaria de restrição do uso desde 2011, após licenciamento da usina hidrelétrica de Belo Monte. Os investigados são alvos nos estados do Pará, Bahia, Minas Gerais, Tocantins e DF. Com participação de 70 policiais federais, já foram cumpridos 10 mandados em Altamira, 3 em Brasília, 1 no Tocantins, 1 na Bahia e 1 em Minas Gerais.

Em Altamira, segundo a PF, um dos alvos da operação, investigado por grilagem, foi preso em flagrante por armazenar no celular pornografia infantil. Na mesma cidade, também foram apreendidas duas armas: uma, sem registro, não gerou prisão pois não havia ninguém no imóvel; outra arma tinha registro, mas estava vencido, então o dono vai responder em liberdade pela irregularidade administrativa. A ação, denominada Avarus, palavra em latim que faz referência à ganância da organização criminosa, ainda continua.

Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, usurpação de terra pública, dentre outros. A pena de alguns investigados pode chegar a quase 40 anos de prisão, se condenados.

A Funai afirma que não comenta investigações em curso e que está à disposição para colaborar com o trabalho das autoridades policiais. “A Fundação também reitera que tem sua atuação pautada na legalidade, segurança jurídica e promoção da autonomia dos indígenas”, diz nota.

Já Katukina ainda não se manifestou. O coordenador de índios isolados é acusado por indigenistas de ter ignorado evidências coletadas em campo sobre a provável existência de um grupo ainda não contactado dentro da terra indígena Ituna-Itatá, no sul do Pará, deixando em risco a proteção da área e facilitando a invasão de madeireiros e garimpeiros. As informações são do jornal O Globo.

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