Sábado, 08 de março de 2025
Por Redação O Sul | 8 de agosto de 2024
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta semana uma operação contra grupo acusado de ter acesso a informações privilegiadas para obter vantagens ilegais no mercado de ações. Quatro endereços foram alvo da ação. Um funcionário de uma distribuidora de títulos e valores mobiliários (DTVM) foi afastado das funções. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados pela corporação.
De acordo com os investigadores, o grupo conseguia êxito no golpe em uma taxa superior a 94% das operações de day trade – compra e venda de ativos no mesmo pregão. A investigação da PF teve a colaboração da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que estima que o grupo teve um lucro de R$ 5,1 milhões em operações realizadas entre 2016 e 2022.
Batizada de Operação Rabbit, a ofensiva cumpriu quatro mandados de buscas, dois em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro, e dois na Tijuca, na zona norte da capital fluminense.
Segundo as apurações da PF, o funcionário afastado da DTVM repassava dados sigilosos para outros integrantes do grupo, para que eles se antecipassem aos movimentos do mercado. Com isso, eles obtinham lucros nas operações.
As ordens de busca foram expedidas pela 3ª Vara Federal Criminal do Rio, que ainda determinou o sequestro de bens e valores dos investigados em até R$ 5,1 milhões, a quantia supostamente arrecadada pelo esquema. O nome da ofensiva faz referência a um jargão internacional do atletismo, indicou a Polícia Federal.
A ação apura possíveis crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Outra operação
Em outra frente, a Polícia Federal deflagrou na manhã de quarta-feira (7) a Operação Rêmoras, visando investigar a prática de lavagem de capitais e a sonegação fiscal originadas de fraudes em licitações.
A Justiça Federal autorizou a expedição de 15 mandados de busca e apreensão, além da quebra de sigilo bancário e fiscal, sequestro de bens e veículos, e o bloqueio de valores e ativos, incluindo criptomoedas, no montante de mais de R$ 4 milhões. Essas medidas cautelares estão sendo executadas no Distrito Federal, Goiás e São Paulo.
A investigação identificou que familiares e empresas vêm sendo utilizados pelo principal suspeito para ocultar e dissimular o patrimônio adquirido através de atividades ilícitas. O investigado já havia sido alvo da Operação Bouchonné, deflagrada em 29 de junho de 2021, ocasião em que foi descoberto esquema de direcionamento de contratos em favor de uma determinada empresa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo e da PF.