Quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de janeiro de 2023
A Polícia Federal foi cumprir mandado na casa do ex-ministro Anderson Torres na tarde dessa terça-feira (10). Torres comandou a pasta da Justiça no governo Jair Bolsonaro e começou o ano como secretário de Segurança do Distrito Federal. Ele foi exonerado da secretaria após os atos terroristas na Praça dos Três Poderes, em Brasília, no domingo (8).
Quem demitiu Torres foi Ibaneis Rocha, pouco antes de ser afastado do governo do DF pelo ministro Alexandre de Moraes.
O ministro entendeu que houve omissão das autoridades do DF, que não contiveram os terroristas antes do vandalismo que depredou o Palácio do Planalto, o prédio do Congresso e o do Supremo Tribunal Federal (STF).
Pedido de prisão
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (10) a prisão do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (DF) e ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
Torres, afirmou em uma rede social que vai interromper suas férias nos Estados Unidos, voltar ao Brasil e se entregar à Justiça.
“Hoje (10/01), recebi notícia de que o Min Alexandre de Moraes do STF determinou minha prisão e autorizou busca em minha residência. Tomei a decisão de interromper minhas férias e retornar ao Brasil. Irei me apresentar à justiça e cuidar da minha defesa”, escreveu Torres.
“Sempre pautei minhas ações pela ética e pela legalidade. Acredito na justiça brasileira e na força das instituições. Estou certo de que a verdade prevalecerá”, declarou.
Na decisão, Moraes também pediu a prisão do ex-comandante da Polícia Militar do DF, Fábio Augusto, que já está detido.
Moraes entendeu que houve omissão e conivência por parte de Torres e Augusto, que, na visão do ministro, foram omissos ao não conter os terroristas e evitar a destruição nas sedes dos poderes da República.
O ministro também entendeu que as prisões são necessárias para evitar a destruição de provas e entraves à investigação.
“Os comportamentos de Anderson Gustavo Torres e Fábio Augusto Vieira são gravíssimos e podem colocar em risco, inclusive, a vida do presidente da República, dos deputados federais e senadores e dos ministros do Supremo Tribunal Federal”, escreveu Moraes.
Para o ministro do Supremo, a omissão de Torres e Augusto é “estarrecedora” e “potencialmente criminosa”.
“Os atos de terrorismo se revelam como verdadeira ‘tragédia anunciada’, pela absoluta publicidade da convocação das manifestações ilegais pelas redes sociais e aplicativos de troca de mensagens, tais como o WhatsApp e Telegram”, registrou o ministro.