A PF (Polícia Federal) cumpre mandados de prisão e de busca e apreensão nesta sexta-feira (16) em 11 estados e no Distrito Federal relacionados a uma investigação sobre esquema de corrupção de cobrança de judiciais de royalties da exploração mineral.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo apurou, entre os investigados está o pastor Silas Malafaia, que teria participado da lavagem de dinheiro por supostamente ter recebido valores do principal escritório de advocacia responsável pelo esquema. Ele é suspeito de emprestar contas da instituição dele para ajudar a ocultar dinheiro. De acordo com fontes da PF, ele foi alvo de condução coercitiva.
As ações da PF ocorrem de forma simultânea em Goiás, Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, Tocantins e DF.
Ao todo, foram expedidos 29 mandados de condução coercitiva, 4 mandados de prisão preventiva (por tempo indeterminado) e 12 mandatos de prisão temporária. Além desses, foi determinado bloqueio judicial de valores depositados que podem alcançar R$ 70 milhões. A Justiça Federal determinou também que os municípios suspendam repasses e pagamento para as empresas de advocacia e consultoria envolvidas na investigação.
As ações ocorrem em 52 endereços diferentes, relacionados com um grupo investigado por organização criminosa investigada que teria articulado um esquema para lucrar com cobranças judiciais de royalties da exploração mineral. Ao todo, 65% da chamada CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais) tem como destino os municípios.
A investigação busca desvendar um esquema de corrupção em que supostamente um diretor do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) oferecia informações privilegiadas a respeito de dívidas de royalties a dois escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria a municípios com crédito do CFEM junto a empresas de exploração mineral.
A ação é batizada de “Operação Timóteo”, em referência a esta passagem do livro Timóteo, da Bíblia: “Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois o amor ao dinheiro é raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram a si mesmas com muitos sofrimentos”.
As investigações começaram ainda em 2015, quando a então Controladoria-Geral da União (hoje Ministério da Transparência) enviou à PF uma sindicância que apontava incompatibilidade na evolução patrimonial de um dos diretores do DNPM. Só essa pessoa é suspeita de receber pelo menos R$ 7 milhões. (AG e Folhapress)