A Polícia Federal (PF) indiciou o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, pelos crimes de corrupção e peculato. Castro é suspeito de envolvimento em um esquema em mandatos anteriores, quando era vereador e vice-governador do Rio.
A defesa de Castro disse que entrará com um pedido de nulidade do relatório. Em nota, a defesa afirma que as “informações que sustentam a investigação são infundadas” e que “tudo se resume a uma delação criminosa, de um réu confesso” — leia abaixo a nota na íntegra.
O atual governador é investigado desde o ano passado, com autorização do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e foi indiciado a partir dessa apuração. O indiciamento é o procedimento em que o delegado de polícia, no âmbito de uma investigação, conclui que há indícios de crime e associa os possíveis delitos a uma pessoa ou grupo de pessoas.
Em dezembro do último ano, Vinícius Sarciá Rocha – irmão de criação de Cláudio Castro – chegou a ser alvo da Operação Sétimo Mandamento, da PF, em uma investigação sobre possíveis fraudes em programas assistenciais do Estado. A operação também teve aval do STJ. Castro não foi alvo de mandados da operação, mas, na ocasião, o governo do Rio de Janeiro informou que a ofensiva não trazia nenhum novo elemento à investigação, que já transcorria desde 2019, e que não havia nenhuma prova contra o governador.
O inquérito, mantido sob sigilo, foi concluído pela Diretoria de Combate ao Crime Organizado e Corrupção da Polícia Federal e enviado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Neste momento, a Corte aguarda parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR).
“A defesa técnica não irá se manifestar a respeito do procedimento que corre sob sigilo”, afirmaram os advogados de Sarciá Rocha.
Em nota, a defesa de Cláudio Castro disse que pedirá a nulidade do relatório e que o indiciamento se baseia apenas em uma “delação criminosa, de um réu confesso”.
“A defesa do governador Cláudio Castro está entrando com um pedido de nulidade do relatório da PF que o indicia. Causa estranheza o fato de, em todos esses anos, o governador sequer ter sido convocado a prestar qualquer esclarecimento sobre os fatos.
As informações que sustentam a investigação são infundadas e a defesa reitera que tudo se resume a uma delação criminosa, de um réu confesso, em documentos que estão sob segredo de Justiça e continuam a serem vazados, o que vem sendo contestado junto aos Tribunais Superiores em razão de sua absoluta inconsistência.
O governador confia na Justiça e está seguro de que tudo será esclarecido até o fim do processo legal.”