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O ex-ministro Geddel Vieira Lima quer saber quem denunciou a existência do apartamento onde foram encontrados 51 milhões de reais atribuídos a ele

A Polícia Federal encontrou R$ 51 milhões em um apartamento, em Salvador (BA), usado como cofre por Geddel. (Foto: Polícia Federal/Divulgação)

Em petição enviada nesta semana ao STF (Supremo Tribunal Federal), o ex-ministro Geddel Vieira Lima pediu que seja revelado o número de telefone utilizado para fazer a denúncia anônima sobre o “bunker” dos R$ 51 milhões atribuídos a ele. A fortuna, em dinheiro-vivo, foi encontrada em malas e caixas dentro de um apartamento em um condomínio residencial de Salvador (BA).

Trata-se do maior volume já apreendido em espécie na história da Polícia Federal. O imóvel está localizado a pouco mais de um quilômetro da residência do peemedebista. A Polícia Federal descobriu o tesouro por meio de uma denúncia anônima. Geddel é investigado por lavagem de dinheiro.

Alvo de inquérito por lavagem de dinheiro, o ex-ministro de Lula e Temer foi preso pela segunda vez no dia 8 de setembro, no âmbito da Operação Tesouro Perdido. Ele já havia sido encarcerado no dia 3 de julho, pela primeira vez, por obstrução de Justiça, crime pelo qual é denunciado pela Procuradoria, e respondia em regime domiciliar quando o apartamento com malas e caixas de dinheiro foi descoberto.

A Operação partiu de uma denúncia anônima por telefone, no dia 14 de julho de 2017. O apartamento em Salvador aonde foram encontrados os R$ 51 milhões pertence ao empresário Silvio Antonio Cabral Silveira, que admitiu às autoridades ter emprestado o apartamento ao irmão de Geddel, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), a pretexto de guardar bens do pai de ambos, já falecido.

Digitais

Na montanha de notas de R$ 100 e R$ 50 encontrada no apartamento, há impressões digitais do ex-ministro, de seu aliado Gustavo Pedreira Couto Ferraz, ex-diretor da Defesa Civil de Salvador, do assessor de Lúcio, Job Ribeiro Brandão, além de uma fatura com o pagamento da empregada do parlamentar.

Em petição ao relator da Lava Jato no Supremo Federal, Edson Fachin, o advogado Gamil Foppel, que defende -Geddel, requer ao ministro que “determine à Autoridade Policial que certifique, nestes autos, o número telefônico que supostamente teria entrado em contato com o Núcleo de Inteligência Policial, assim como a identidade do agente policial que o recebeu, fato alegadamente ocorrido em 14 de julho de 2017”.

“Ademais, requer também sejam circunstanciadamente certificadas as diligências realizadas pela autoridade policial, previamente à representação pela busca e apreensão (mencionadas às fls. 10/12, do Apenso 4), inclusive a identidade das pessoas que teriam sido entrevistadas”, complementa.

O defensor ainda requer acesso à perícia papiloscópica sobre impressões digitais encontradas no dinheiro e nas embalagens que o envolviam.

A defesa do peemedebista tem reiterado a nulidade da Operação Tesouro Perdido, sustentando que as investigações partiram de denúncia anônima. Essa argumentação foi rejeitada pelo relator da Lava-Jato no Supremo, Luiz Edson Fachin. O ministro afirma que a PF agiu de forma que “coaduna” com a orientação norteada pela própria Corte, de que, desde que verificada a credibilidade pelos investigadores, a denúncia anônima pode ser válida.

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