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Política Polícia Federal marca depoimento do senador Marcos do Val para explicar suposta trama antidemocrática

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O parlamentar terá que explicar a suposta trama denunciada por ele em fevereiro em suas redes sociais

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
O parlamentar terá que explicar a suposta trama denunciada por ele em fevereiro em suas redes sociais. (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) deverá prestar depoimento à Polícia Federal (PF) na próxima quarta-feira (19). O parlamentar terá que explicar a suposta trama denunciada por ele em fevereiro em suas redes sociais, envolvendo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no enredo.

Em 15 de junho, a PF fez uma operação nos endereços ligados a Do Val e no Senado Federal. A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, que também determinou que o senador deveria prestar depoimento.

Na operação, foram apreendidos computadores, pen drives e telefone celular.

Depoimento de Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro negou durante depoimento à PF na quarta (12) que tenha conversado sobre um plano com o senador Marcos do Val e com o ex-deputado Daniel Silveira para gravar o ministro Alexandre de Moraes.

Bolsonaro confirmou que se encontrou com Do Val e Daniel Silveira no Palácio da Alvorada, mas que nada foi falado sobre Alexandre de Moraes ou sobre prática de algum ato antidemocrático.

A reunião no dia 8 de dezembro de 2022, conforme Bolsonaro, durou 20 minutos. Em depoimento ele afirmou à PF que recebeu uma ligação de Daniel Silveira. O ex-deputado então falou que Marcos do Val queria falar com ele. Bolsonaro disse não saber de quem partiu a iniciativa de marcar o encontro. E que, antes disso, não tinha tido contato com o senador.

Ele afirmou ainda que sempre permaneceu “dentro das quatro linhas do texto da Constituição”. E que desconhece a informação de que Marcos do Val teria sido “recrutado” por Silveira, mas que o ex-deputado teria dito que o senador teria algo para “mexer com a República”.

Neste ano, o ex-presidente da República já foi intimado a prestar esclarecimentos sobre outras três investigações: os atentados de 8 de janeiro em Brasília; o caso das joias presenteadas pela Arábia Saudita; e as fraudes em registros de vacinação contra a Covid-19.

A denúncia

Em fevereiro, Marcos do Val disse que foi coagido por Bolsonaro e pelo ex-deputado Daniel Silveira “a participar de um golpe”.

O senador contou, à época, que a proposta era gravar uma conversa dele com o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Alexandre de Moraes, que seria instigado por ele a admitir que estava extrapolando os limites constitucionais.

Com tal gravação em mãos, segundo Do Val, aliados do ex-presidente solicitariam a prisão de Moraes e a anulação da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Assim que o caso veio à tona, o magistrado determinou abertura de inquérito.

Marcos do Val mudou a versão da história nos dias seguintes e tentou minimizar o suposto envolvimento de Bolsonaro no episódio, alegando, inclusive, que se enganou ao dizer que havia sido coagido.

 

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