A Polícia Federal (PF) deflagrou na terça-feira (17) a Operação Vagus, que mira uma rede criminosa de abrangência internacional responsável por crimes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A suspeita é de que, em dois anos, cinco núcleos autônomos da rede tenham movimentado mais de R$ 82 milhões de origem ilícita, em grande parte, provenientes de câmbio ilegal e tráfico de drogas.
Na operação, que tem o apoio da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (SENAD), foram expedidos 34 mandados de busca e apreensão, seis mandados de prisão preventiva, quatro de prisão temporária, além de outras medidas cautelares, nas cidades de Curitiba (PR), São José dos Pinhais (PR), São Paulo (SP), São Caetano do Sul (SP), Natal (RN), Ponta Porã (MS), Chuí (RS), Bagé (RS) e Aceguá (RS). A Justiça Federal autorizou o bloqueio de mais de R$ 82 milhões em bens atrelados aos grupos criminosos.
Segundo a PF, o esquema de lavagem de dinheiro, que extravasa o âmbito nacional e se estende ao internacional, “envolve bancos paralelos que se utilizam de pessoas físicas e jurídicas para movimentação de recursos de origem ilícita, direcionando depósitos e transferências bancárias para terceiros utilizados como laranjas e para comércios, principalmente supermercados, sediados em regiões de fronteira do Brasil”.
“Posteriormente, os recursos são evadidos para casas de câmbio no exterior e permanecem à disposição das organizações criminosas”, acrescenta nota da PF.
A Operação Vagus é um desdobramento da Operação Operador Fenício II, que investigou crimes financeiros que teriam ocorrido na região fronteiriça entre Brasil e Uruguai. Deflagrada em novembro de 2022, o foco da Operador Fenício II era em uma empresa localizada no Chuí, no Rio Grande do Sul, que levantava suspeitas de receber grandes quantias de dinheiro de origem ilícita, com indícios de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. As ações policiais, no entanto, não extinguiram as atividades ilícitas e novos atores e núcleos que formam a rede criminosa foram identificados. As informações são do jornal Valor Econômico.