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Brasil Polícia Federal muda cronograma para o inquérito de Bolsonaro sobre os acontecimentos do 8 de Janeiro em Brasília

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Projeto tramita com outro que trata de sanções e multas eleitorais. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A Polícia Federal trabalha com um novo cronograma para concluir o inquérito que investiga Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado ao longo de 2022, até o 8 de Janeiro. A corporação espera concluir o caso só no segundo semestre do ano. A PF acreditava que, ainda neste mês, concluiria os inquéritos das joias e da tentativa de golpe, mas somente o primeiro cumprirá o prazo previsto.

O inquérito por tentativa de golpe de Estado é o que deve ser julgado primeiro pelo STF. Os ministros não querem julgar o ex-presidente (e condená-lo) pelos crimes de falsificação de carteira de vacina, inquérito já concluído e à espera do PGR, Paulo Gonet, ou apropriação indébita das joias. A avaliação é que esses casos não envolvem crimes graves a ponto de justificar a prisão de um ex-presidente. Gonet também tem dito a interlocutores que só se manifestará ao fim do inquérito sobre golpe de Estado.

No final de maio, a PF trabalhava com o seguinte cronograma:

  • Junho: caso das joias;
  • Julho: carteira de vacinação;
  • Setembro: suposto golpe de Estado.

Joias sauditas

A equipe da PF viajou aos Estados Unidos voltou com os elementos que faltavam para finalizar o inquérito das joias sauditas. Após visitarem quatro cidades norte-americanas, os agentes colheram, entre outras provas, imagens de câmeras de segurança das lojas onde, por exemplo, foram vendidos os relógios.

A PF buscou ainda elementos da “operação resgate”, como foi chamada a organização feita para recomprar um relógio que havia sido vendido após determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). Documentos – como anotações, notas fiscais e fotos – também foram confiscados, com autorização das autoridades norte-americanas.

A finalização deste inquérito estava prevista para junho, com envio do relatório à Procuradoria-Geral da República (PGR).

Carteira de vacinação

A segunda investigação para ser finalizada de acordo com o cronograma é sobre a falsificação das cadernetas de vacinação da Covid-19. Em março, a PF indiciou Jair Bolsonaro e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid pela fraude. O relatório foi enviado à PGR, que, em abril, pediu que o caso voltasse à PF para mais investigações.

Agora, os investigadores querem saber se a carteira falsificada com vacinação de Bolsonaro foi usada nos Estados Unidos, quando o então presidente viajou no fim do mandato. A previsão é que esse caso seja finalizado em julho. Mas se as diligências ocorrerem antes, há possibilidade de ser ainda no fim de junho, pontuam os investigadores.

Golpe de estado

O terceiro inquérito, sobre os supostos planos de golpe, é o que demanda mais tempo à Polícia Federal pela quantidade de pessoas envolvidas, seja como testemunhas, seja como investigados. Além de Bolsonaro, também são investigados ex-ministros e militares do Exército que faziam parte da cúpula do governo.

Esse caso deve ser finalizado em setembro e relatado ao Supremo Tribunal Federal (STF), segundo a equipe de investigação. Em 22 de fevereiro, a PF ouviu de forma simultânea 23 pessoas, entre elas Bolsonaro, sobre o suposto plano de golpe que teria sido orquestrado após o então chefe do Executivo ser derrotado nas eleições de 2022.

Outro Lado

Sobre o caso das joias, a defesa do ex-presidente já se pronunciou em ocasiões anteriores que não praticou nenhuma ilegalidade em relação a quaisquer presentes que lhe tenham sido ofertados durante seu mandato. Sobre os cartões de vacina, afirma que Bolsonaro jamais determinou ou soube que qualquer de seus assessores tivessem confeccionado certificados vacinais com conteúdo ideologicamente falso. O ex-presidente também nega qualquer relação com suposto plano de golpe de Estado.

 

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