Ícone do site Jornal O Sul

Polícia Federal pede para concluir perícia antes de enviar maletas antigrampo ao Supremo

Material foi apreendido pela PF na semana passada na Operação Métis. (foto: José Cruz/Agência Brasil)

O delegado da Polícia Federal (PF) Felipe Leal pediu nesta sexta-feira (28) ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que a corporação possa concluir a perícia nos equipamentos eletrônicos do Senado apreendidos na Operação Métis antes de enviar o material à Corte.

Na semana passada, a operação foi deflagrada em Brasília e levou à prisão quatro policiais legislativos do Senado suspeitos de fazer varreduras em residências e gabinetes de parlamentares investigados em operações da PF, como a Lava Jato. Além disso, os equipamentos usados pelos policiais para essas varreduras foram apreendidos.

Nesta quinta (27), contudo, o ministro do Supremo Teori Zavascki concedeu liminar (decisão provisória) e suspendeu a Operação Métis, além de determinar a remessa ao Supremo das maletas apreendidas.

“Tais maletas analisam espectros de frequência para varreduras eletrônicas, não distinguindo por óbvio, se são elas legais ou ilegais. Assim sendo, sublinho a possibilidade de as maletas detectarem escutas lícitas. […] Apresento meus cumprimentos ao Supremo Tribunal Federal e a todo Poder Judiciário, sugerindo ao final que vossa decisão seja sobrestada até o término da análise do material apreendido”, afirmou o delegado Felipe Leal, no pedido ao STF.

O delegado também argumentou que a investigação “se embasou em provas técnicas e foi orientada pelo princípio da proporcionalidade, com as cautelas próprias aos procedimentos da Polícia Federal”.

O processo no STF
Teori Zavascki é relator de uma reclamação apresentada por um policial legislativo que estava entre os quatro presos na semana passada.

Ao analisar a ação, o ministro decidiu suspender a operação e determinar a remessa do processo ao Supremo.

Teori afirmou na decisão que, diante de evidências de que houve usurpação de competência por parte do juiz de primeira instância que autorizou a operação, foi necessário conceder a liminar para suspender a investigação.

Na avaliação do ministro, ficou demonstrada que a intenção da Operação Métis era investigar parlamentares, o que só pode ser feito com o aval do Supremo.

No documento levado à Corte nesta sexta, a Polícia Federal negou que tenha investigado parlamentares.

“Com as vênias de estilo, a mera subordinação hierárquica, por si, não pode indicar desde o primeiro momento inafastável participação de parlamentar em atos investigados. Se assim fosse, teríamos um verdadeiro foro de prerrogativa por extensão a todos os servidores do Senado, porquanto todos são subordinados direta ou indiretamente a um parlamentar”, afirmou o delegado. (AG)

Sair da versão mobile