A Polícia Federal prendeu na sexta-feira uma mulher suspeita de participar dos atos golpistas do 8 de janeiro que estava foragida no Paraguai. Ela era procurada por conta de um mandado de prisão determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A ação contou com a cooperação das autoridades do Paraguai, após a mulher se apresentar voluntariamente no escritório Central Nacional da Interpol em Assunção. Ela foi entregue para a Polícia Federal em Foz de Iguaçu/PR, quando o mandado de prisão foi cumprido.
Conforme informações, Wenia Morais Silva foi assessora do do deputado estadual do Rio de Janeiro Renato Zaca, do PL, sigla do ex-presidente Bolsonaro. Ela aguarda agora ser transferida para Brasília, onde ficará presa.
Vídeo
Antes de se entregar às autoridades paraguaias e à Polícia Federal (PF), Wênia Morais gravou um vídeo em que se defende e diz que não é criminosa.
“Hoje, dia 29 de setembro de 2023, nove meses após ter um mandado de prisão expedido em meu nome, estou retornando ao meu país para me entregar às autoridades policiais.
São nove meses de sofrimento, nove meses de tristeza. São nove meses de abandono. São nove meses longe da minha família, dos meus amigos e longe de mim, porque eu não sou isso. Eu não sou uma criminosa. E por esse motivo eu preciso voltar a minha pátria, a pátria que eu sempre defendi, para me defender das acusações”, declarou a foragida.
Ela relata que retorna ao Brasil para “provar a inocência à Justiça e às pessoas maldosas, que caluniam, difamam e acusam de crimes” que, segundo ela, não cometeu.”
A prisão foi em uma operação internacional da Interpol para prender bolsonaristas que se refugiaram no Paraguai.
Wênia é investigada como uma das lideranças dos ataques às sedes dos Três Poderes, principalmente no Rio de Janeiro, onde morava antes de viajar para Brasília após as eleições presidenciais.
E também por participação nos atos de 12 de dezembro, quando houve tentativa de invasão à sede da Polícia Federal, no dia da diplomação do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Prisão de blogueiro
No início de setembro, o o blogueiro Wellington Macedo de Souza foi preso em Cidade do Leste, também no Paraguai. Ele estava foragido há mais de oito meses por envolvimento em uma tentativa de ataque a bomba em Brasília. Ele foi entregue à Polícia Federal na Ponte da Amizade, que faz fronteira entre Foz do Iguaçu (PR) e Cidade do Leste, e depois encaminhado para Brasília, onde continua preso.
Na véspera de natal de 2022, a Polícia Civil do Distrito Federal descobriu um plano para explodir um caminhão-tanque nas proximidades do aeroporto de Brasília. A dinamite foi vista pelo motorista do veículo que avisou a Polícia Militar. O objetivo do grupo era gerar casos para atrapalhar a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ideia dos envolvidos consistia em provocar as Forças Armadas a decretar um “estado de sítio” e fazer uma espécie de intervenção militar.
Nos dias seguintes, os policiais civis prenderam duas pessoas acusadas de elaborar e executar o plano — George Washington de Oliveira Sousa e Alan Diego dos Santos Rodrigues, que se encontram presos hoje cumprindo pena em regime fechado. Macedo era o único dos acusados que permanecia foragido. Ainda há um quarto suspeito que não foi identificado pelos investigadores.