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Polícia Federal prende hacker e servidores do INSS que vendiam dados de brasileiros

Os policiais saíram às ruas para cumprir 29 mandados de busca e 17 mandados de prisão preventiva. (Foto: PF/Divulgação)

A Polícia Federal deflagrou na manhã dessa quinta-feira (26) a operação “Mercado de Dados” contra três servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) investigados pela venda de dados de brasileiros. Um hacker também é alvo da PF.

Os policiais saíram às ruas para cumprir 29 mandados de busca e 17 mandados de prisão preventiva nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Alagoas, Pará, Goiás, Paraná, Bahia e no Distrito Federal.

Segundo a PF, as investigações iniciadas em setembro de 2023 revelaram que a organização criminosa é composta por:

– hackers que faziam uso de técnicas avançadas de invasão cibernética e conseguiam ingressar diretamente no banco de dados do INSS;

– servidores da autarquia federal que comercializavam as respectivas credenciais de acesso aos sistemas;

– indivíduos que comercializavam os dados dos beneficiários para quaisquer interessados.

Alvos

Dentre os alvos dos mandados, um deles é o hacker – que já foi investigado pela Polícia Federal e é conhecido como um dos mais habilidosos invasores de sistemas informatizados do Brasil.

Apurou-se que ele conseguia burlar o método de login com autenticação multifator, alterar os níveis de acesso das credenciais dos servidores do INSS e até mesmo fazer uso do certificado digital desses servidores.

Três servidores e um estagiário do INSS também são alvos da operação.

A Justiça também determinou o sequestro de 24 imóveis pertencentes aos integrantes do grupo, bem como o bloqueio dos recursos financeiros existentes nas contas bancárias por eles usadas até o valor de R$ 34 milhões.

Os envolvidos responderão por organização criminosa, corrupção, invasão de dispositivos informáticos, violação de sigilo funcional, obtenção e comercialização de dados sigilos e lavagem de capitais, com penas que, se somadas, podem chegar a mais de 15 anos de prisão.

A investigação da PF de Cascavel (PR) conta com o apoio do Ministério da Previdência.

Questionado sobre possível fragilidade do sistema, o INSS respondeu em nota que “não comenta investigações em andamento. Portanto, não vai se manifestar sobre questões de equipamento, até mesmo por segurança”.

Completou que “a direção do instituto monitora diuturnamente a rede e nos casos de investida, toma providências para impedir o acesso”. E que “os servidores responderão à Justiça, se comprovada a participação nos acessos indevidos”. As informações são da CNN e da PF.

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