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Polícia Federal prende homem em flagrante por manter trabalhadores em condição análoga à escravidão no Rio Grande do Sul

Os trabalhores resgatados cuidavam da propriedade, roça, animais, lavagem de carros, limpeza da casa do patrão. (Foto: Divulgação/PF)

Foi preso em flagrante, nesta quarta-feira (17), o responsável por uma propriedade rural em Candelária, no interior do Rio Grande do Sul, pela prática do crime de redução a condição análoga a de escravo. A fiscalização foi realizada com participação dos órgãos responsáveis pelo enfretamento ao trabalho escravo. No local, os fatos foram confirmados e os envolvidos conduzidos à Polícia Federal (PF) em Santa Cruz do Sul.

Conforme a investigação, as três vítimas são um casal na faixa dos 20 anos e um homem, de 40. Eles eram submetidos a condições degradantes, habitações precárias, e, ainda, eram impedidos de deixar a propriedade em razão de dívidas. Os trabalhadores resgatados cuidavam da propriedade, roça, animais, lavagem de carros, limpeza da casa do patrão. Eles exerciam as atividades no local por 200 reais ao ano. Após o encerramento dos procedimentos, os trabalhadores foram acolhidos pela Assistência Social de Candelária.

Diante real temor das vítimas de sofrerem retaliações (ameaça e/ou violência), a Justiça Federal deferiu o pedido da Polícia Federal de medida cautelar diversa da prisão para que o conduzido se abstenha de manter contato com os trabalhadores resgatados, sob pena de conversão em prisão preventiva.

Na ação também foram localizadas quatro armas de fogo (2 revólveres, 1 fuzil e 1 espingarda) e 33 munições calibre 38. Uma das armas teve a sua numeração de identificação suprimida. Assim, o conduzido também foi indiciado pela posse ilegal de arma de fogo de uso restrito permitido e restrito.

A investigação iniciou com denúncia apresentada na Polícia Civil de Candelária sobre violência doméstica e trabalho escravo, que representou pela expedição de mandado de busca e apreensão.

Foram retirados da propriedade também a filha do casal, de um ano, e dois filhos do homem, de 10 e 15 anos. Não foi verificado trabalho escravo infantil.

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