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Por Redação O Sul | 28 de julho de 2016
A Polícia Federal prendeu, na tarde de quarta (27), Chaer Kalaoun. Ele foi detido em sua casa em Nova Iguaçu, município da região metropolitana do Rio. Kalaoun vinha sendo monitorado por agentes dos Estados Unidos.
Nas redes sociais, Kalaoun fazia apologia ao Estado Islâmico. Em 2013 visitou o Líbano. Ao voltar, trouxe bandeiras do EI.
Durante a Copa do Mundo de 2014, o rapaz foi detido por comprar uma arma automática. Também chamou a atenção dos policiais ele ter uma BMW e não trabalhar.
O mandado de prisão foi expedido pela juíza Valéria Caldi Magalhães, da 8ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
Segundo o advogado de Kalaoun, Edison Ferreira de Lima, o rapaz não tem ligação com o Estado Islâmico, não teria postagens nas redes sociais em apologia ao grupo terrorista ou tampouco algo relativo ao planejamento de ataques nas Olimpíadas.
“Não há nenhum fato contra ele. Ele não é acusado nem indiciado. Ele foi preso temporariamente para ser investigado”, declarou.
O advogado disse que Kalaoun é de uma família tradicional de Nova Iguaçu, de descendência libanesa. Ele seria “muçulmano de nascença”, já que os pais são praticantes da religião. O advogado ressaltou, porém, que ele não é praticante.
“Há uma preocupação das autoridades neste momento com a possibilidade de ataques, mas meu cliente não tem qualquer ligação com o Estado Islâmico, menção a fato gerador de violência nas redes ou registro de que tenha participado de batismo virtual”, afirmou.
O advogado não respondeu a questionamentos específicos porque disse que ainda não teve acesso aos autos do processo e que a investigação corre em sigilo.
Ele trabalha, ainda segundo o advogado, nos negócios da família, que inclui comércio de roupas e veículos no município.
Kalaoun, 33, mora com a mãe e, neste momento, está no presídio Ary Franco, no Rio, e já teria prestado ao menos um depoimento à Polícia Federal.
OPERAÇÃO HASHTAG
No último dia 21, a Polícia Federal prendeu brasileiros suspeitos de simpatizar com grupos terroristas. As forças de segurança vinham monitorando cem pessoas no país que manifestavam simpatia ao Estado Islâmico.
Os dez presos constavam nessa lista de rastreados. Desde o início das investigações, eles compunham os 10% que mais despertaram atenção das forças de segurança.
A ação da PF ocorreu nos estados do Amazonas, Ceará, Paraíba, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.
A operação foi planejada e realizada em cooperação com serviços de inteligência de outros países. (Marco Antônio Martins e Lucas Vettorazzo/Folhapress)