Condenado por corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava-Jato, o ex-diretor de serviços da Petrobras Renato Duque foi preso nesse sábado (17), por agentes da Polícia Federal (PF), em Volta Redonda (RJ).
Duque, de 69 anos, era considerado foragido desde 12 de julho, quando a Justiça Federal do Paraná decretou sua prisão. O mandado de prisão definitiva se refere à pena de 39 anos, 2 meses e 20 dias em regime fechado. A condenação foi pelos crimes de corrupção passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro em um processo da Operação Lava-Jato.
Com base em levantamentos de dados de inteligência e informações compartilhadas pelo Núcleo de Capturas da PF no Rio de Janeiro, agentes da Delegacia de Polícia Federal em Volta Redonda localizaram o ex-diretor da Petrobras em uma casa no bairro Niterói, em Volta Redonda (RJ).
Lava-Jato
As investigações da Lava Jato apontaram que diretores da Petrobras pediam propina para garantir vantagens nesses contratos. Como membro do esquema, Duque também teria recebido esses valores. De acordo com o Ministério Público Federal, o esquema permitiu o desvio de recursos públicos em obras de diversas refinarias e gasodutos, contratos de sondas e outras contratações.
A primeira pena contra Duque aconteceu em 2015, durante a 10ª fase da Lava Jato. Ele foi condenado por associação criminosa. A pena para o ex-diretor foi de 20 anos 8 meses. À época, ele estava preso no Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
O ex-diretor de Serviços da Petrobras chegou a ser preso em março de 2015, mas foi liberado em março de 2020 para responder aos processos em liberdade.
Após ser solto, Duque colocou tornozeleira eletrônica e deixou a prisão no Paraná rumo ao Rio de Janeiro. Além disso, foi obrigado a entregar o passaporte e proibido de manter contato com outros investigados na Lava Jato.
Menos de um ano depois, ele foi mais uma vez condenado, agora por corrupção passiva e lavagem de dinheiro: 20 anos de prisão, três meses e 10 dias, inicialmente em regime fechado. A decisão aconteceu durante a 14ª fase da Lava Jato.
O então juiz Sergio Moro afirmou, na ocasião, que houve pagamento de propina a funcionários da petrolífera, com destinação de recursos para financiamento político.
Condenações
• setembro de 2015: 20 anos e 8 meses por corrupção e lavagem de dinheiro;
• março de 2016: 20 anos, 3 meses e 10 dias por corrupção e lavagem de dinheiro;
• maio de 2016: 10 anos por corrupção;
• março de 2017: 6 anos e 8 meses por corrupção;
• junho de 2017: 5 anos e 4 meses por corrupção;
• agosto de 2017: 10 anos por corrupção;
• maio de 2018: 2 anos e 8 meses por corrupção;
• novembro de 2018: 3 anos e 4 meses por corrupção;
• fevereiro de 2020: 6 anos, 6 meses e 10 dias por corrupção e lavagem de dinheiro;
• julho de 2020: 3 anos e 11 meses por corrupção;
• fevereiro de 2021: 3 anos, 7 meses e 22 dias por lavagem de dinheiro;
• abril de 2021: 3 anos, 6 meses e 23 dias por lavagem de dinheiro.