Terça-feira, 07 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de setembro de 2017
A PF (Polícia Federal) deflagrou, na manhã desta sexta-feira (15), uma operação contra uma quadrilha suspeita de furtar cerca de R$ 1,3 milhão de contas poupança de clientes da Caixa Econômica Federal. Os mandados judiciais foram cumpridos em cidades do Paraná, de Santa Catarina e da Paraíba.
O esquema contava com a ajuda de um funcionário da Caixa, segundo a PF. Pelo menos 12 pessoas foram presas. A ação foi batizada de Duas Caras. De acordo com as investigações, a quadrilha fraudava cartões da Caixa e furtava dinheiro das contas de clientes com grandes saldos. Ao menos 400 transações financeiras teriam sido realizadas, entre saques e transferências.
Ao todo, foram expedidos 56 mandados judiciais, sendo 23 de busca e apreensão, seis de prisão preventiva, sete de prisão temporária, seis de sequestro de bens e um mandado de suspensão do exercício da função pública por equiparação. Os crimes investigados são furto qualificado, estelionato qualificado, peculato – quando um funcionário público se apropria de valor ou bem público – uso de documento falso, falsificação de documento público e associação criminosa.
No Paraná, as ordens judiciais foram cumpridas em Curitiba, Colombo, Fazenda Rio Grande, Almirante Tamandaré, São José dos Pinhais, Matinhos e Guaratuba. Em Santa Catarina, em Palhoça, e na Paraíba, em João Pessoa.
Como funcionava o esquema
O funcionário que facilitava o esquema, de acordo com a PF, pesquisava e identificava contas poupança de clientes com grandes saldos e que não apresentava histórico de retiradas. Ele repassava os dados ao líder do grupo criminoso.
Por sua vez, o líder solicitava a emissão de documentos falsos e complementava os demais dados necessários com outros participantes do grupo, que geralmente possuíam acesso a banco de dados, em razão de suas profissões.
Na sequência, os investigados entravam em contato com a central de cartões da Caixa e, se passando pelos clientes, informavam a “falsa” perda do cartão para gerar outro. Os cartões eram retirados nos centros de distribuição dos Correios também com o uso de documentos falsos. Depois, os criminosos faziam uma série de saques nos caixas eletrônicos, compras em débito automático e saques e transferências na boca do caixa até que o dinheiro nas contas se esgotasse.
O nome da operação
O nome da ação é uma referência à atuação do funcionário da Caixa investigado, que “age de um jeito ou de outro dependendo com quem está”, conforme a PF. Outro funcionário da Caixa foi preso em flagrante na desta terça-feira (12) no bairro Tatuquara, em Curitiba, suspeito de facilitar um assalto a uma agência bancária que fica no mesmo bairro, em maio do ano passado.
Segundo a PF, o homem avisava aos ladrões sobre as quantias de dinheiro armazenadas nos caixas e sobre o momento adequado para o roubo na agência, que era sempre após o expediente. Em um dos roubos, os ladrões levaram R$ 208 mil. Os policiais cumpriram um mandado de busca e apreensão na casa dele e apreenderam uma arma com documentação irregular. (AG)