Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 26 de outubro de 2017
A PF (Polícia Federal) prendeu três pessoas, nesta quinta-feira (26), durante uma operação contra a lavagem de dinheiro no Rio Grande do Norte. Um dos detidos é funcionário do Ministério do Turismo. A ação, batizada de Lavat, é um desdobramento da operação Manus – investigação que levou o ex-deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB), ex-titular da pasta, à prisão. Na ocasião, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB) também foi alvo de mandado de prisão preventiva.
Cerca de 110 policiais federais cumpriram 27 mandados judiciais, sendo 22 mandados de busca e apreensão, três de prisão temporária e dois de condução coercitiva em Natal, Parnamirim, Nísia Floresta, São José de Mipibu e Angicos, todas cidades potiguares. Em Brasília, foram feitas buscas no Ministério do Turismo.
Os mandados de prisão temporária foram expedidos contra Aluísio Henrique Dutra de Almeida (assessor de Henrique Alves), José Geraldo Moura Conseca Júnior (assessor de Henrique Alves) e Norton Domingues Masera (chefe da assessoria parlamentar do Ministério do Turismo). Já os de condução coercitiva (quando o investigado é levado até a delegacia para prestar depoimento), contra Domiciniano Fernandes da Silva e Fernando Leitão de Moraes Júnior.
Um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido na sede da Inter TV Cabugi, em Natal, mas a emissora não é alvo da operação. As buscas foram feitas na sala de Herman Ledebour, assessor de Henrique Alves. Em nota, a direção da TV informou que Herman é procurador e representante de Henrique, que é sócio minoritário da emissora. “A direção reforça que a empresa sempre atuou de forma isenta em relação às investigações, noticiando o passo a passo dos processos contra Henrique e outros investigados pela Polícia Federal e Ministério Público. E embora não seja alvo do processo está à disposição pra qualquer esclarecimento”.
Manus
Durante a análise do material apreendido na Operação Manus, deflagrada em junho deste ano, foram identificadas fortes evidências quanto à atuação de outras pessoas pertencentes à organização criminosa, que continuou praticando crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de valores para o chefe do grupo.
Foi identificado também um esquema criminoso que fraudava licitações em diversos municípios do Estado visando obter contratos públicos, que somados alcançam cerca de 5,5 milhões de reais, para alimentar a campanha ao governo do estado de 2014.
O nome da operação ainda é referência ao provérbio latino “Manus Manum Fricat, Et Manus Manus Lavat”, cujo significado é: uma mão esfrega a outra; uma mão lava a outra. A operação deflagrada em junho investiga corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro na construção da Arena das Dunas, em Natal. Segundo a PF, o sobrepreço chega a R$ 77 milhões.