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Polícia Federal tenta identificar mentores e facilitadores de fuga dos invasores de Brasília

A PF deflagrou uma mega operação para prender os foragidos. (Foto: Divulgação/PF)

A Polícia Federal (PF) está atrás da identificação dos responsáveis por articular a “fuga em massa de golpistas” e também quem atuou como facilitador. Segundo investigadores, existe a suspeita de uma articulação para a fuga do Brasil de envolvidos nos atos antidemocráticos do 8 de janeiro de 2023.

Investigadores dizem que “é impossível todo mundo ter tido a mesma ideia ao mesmo tempo” e que há a suspeita de uma grande articulação para essa fuga e que a lei é clara: “ajudar ou facilitar a fuga de presos também é crime”.

Nessa quinta-feira (6), a PF deflagrou uma mega operação para prender os foragidos. Foram 209 medidas judiciais, determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 18 Estados e no Distrito Federal, para a captura de investigados e condenados.

Até agora, 50 pessoas foram presas; 159 estão foragidas. Dessas 159, 60 podem estar na Argentina, país presidido por Javier Milei, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A PF vai pedir a extradição deles ao governo argentino, a dúvida é sobre a reação de Milei. Entre os descumprimentos de medidas, ainda de acordo com os policiais, estão: violação de tornozeleira eletrônica; mudança de endereço sem comunicação; e o não comparecimento à Justiça.

Os nomes dos foragidos que não forem presos serão incluídos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP). Aquelas pessoas que a Polícia Federal já mapeou e que estão no exterior serão incluídas na lista de procurados na Difusão Vermelha da Interpol. Um instrumento empregado para dar publicidade às ordens de captura expedidas em desfavor de nacionais ou estrangeiros que possivelmente estejam no exterior ou que para lá possam se deslocar. Todos também são acusadas de participar da horda de extremistas que invadiu as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

Ainda no governo de Jair Messias Bolsonaro (PL), o Brasil firmou um novo tratado para extradições com o país vizinho. O texto visava modernizar regras fixadas durante a ditadura militar, em 1968, simplificando os ritos e encurtando prazos para a extradição de pessoas “acusadas, processadas ou condenadas” a penas superiores a dois anos de cadeia.

Entretanto, há um artigo na matéria assinada em 2019 que pode impedir, a depender do humor de Javier Milei, os planos da PF. Na retranca que dispõe sobre as possibilidade de recusa à extradição, explicita a negativa no caso “se a Parte requerida [no caso, o governo argentino] tiver concedido asilo ou refúgio à pessoa reclamada [possíveis extremistas]”.

Assim, o governo argentino, alinhado com o bolsonarismo, pode deferir os pedidos de asilo e justificar a manutenção dos brasileiros acusados no país. O tratado também determina que a extradição pode ser negada em caso de perseguição política.

 

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