A Polícia Federal tenta prender desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira o ex-sindicalista André Luiz de Souza, acusado de receber propina para favorecer a Odebrecht no período em que integrou o Conselho Curador do FGTS por indicação da CUT (Central Única dos Trabalhadores). A partir de informações de delatores da Odebrecht e outras empresas, o Ministério Público Federal identificou movimentação financeira do ex-sindicalista superior a US$ 12 milhões no exterior. A ordem de prisão de Souza foi expedida pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília.
“Existem indícios de condutas ilícitas em curso, de lavagem e ocultação de ativos em valores milionários a André Luiz de Souza, que ainda podem ser melhor elucidados, o que torna no presente momento a imprescindibilidade de sua preventiva, tanto pela contumácia delitiva (garantia da ordem pública e da ordem econômica), também por conveniência da instrução criminal, havendo perigo de que, em liberdade, apague ou destrua provas, estabelecendo contato com outros coautores a fim de criar e combinar estórias fictícias voltadas a desqualificar e desordenar a presente investigação”, escreveu Vallisney ao justificar a ordem de prisão do ex-sindicalista.
Para o juiz, é importante também impedir que Souza continue “a movimentar contas bancárias ainda não identificadas, impedindo a possibilidade de bloqueio de valores e ressarcimento dos danos causados à União em tempo hábil (periculum in mora). Também a gravidade dos fatos, a habitualidade delituosa e a periculosidade do agente conduzem à necessidade de sua prisão preventiva”, afirmou o juiz. Souza foi procurado por policiais federais nos endereços dele em São Paulo, mas não foi encontrado. No início da tarde, o advogado Ângelo Bellizia, disse ao jornal O Globo que não poderia informar onde o ex-sindicalista estava. O advogado afirmou ainda que não falaria sobre o conteúdo das acusações que pesam contra o cliente.