Terça-feira, 25 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 27 de setembro de 2023
A Polícia Federal (PF) vai apurar ameaças de morte sofridas pela deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ). Ela integra a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro e foi à sede da PF acompanhada de integrantes da comissão, nessa quarta-feira (27), para protocolar a queixa-crime. O grupo se reuniu com o diretor-geral da Polícia, Andrei Passos, que informou o encaminhamento.
Jandira contou que protocolou queixa contra o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). Ela acusa o parlamentar de ser o indutor de uma série de ataques e ameaças digitais. O caso pode ser remetido ao Supremo Tribunal Federal (STF) porque ambos possuem foro privilegiado.
Segundo ela, pessoas chegaram a intimidá-la afirmando que ela deveria contar as horas restantes de vida. “São vários, inclusive mandam contar as horas que ainda tenho para viver. São ameaças de morte, à minha integridade física”, afirmou a parlamentar.
Ela também ressaltou que tem recebido diversos comentários preconceituosos sobre sua aparência. “Mandaram eu alisar o meu cabelo. Racismo, misoginia, ameaça à minha vida”, continuou.
Jandira também pediu que pessoas que estimularam os atos sejam responsabilizadas. Jandira tem protagonizado embates com deputados da oposição. “Isso merece uma denúncia para que, não só os que estimularam, mas que os são autores das ameaças sejam identificados e punidos”, afirmou a parlamentar.
De acordo com a deputada, Nikolas teria editado uma fala sua na CPMI do 8 de Janeiro para seus seguidores pensarem que ele havia sido ameaçado fisicamente por Jandira. Na ocasião, a deputada afirmou que o colega levaria um processo “na cara”.
“A ação de Nikolas foi um comando indutor para que os usuários realizassem a onda de ataques que incluem xingamentos a ameaças de violência física e de morte”, relatou Jandira.
A deputada diz torcer para que o caso caia nas mãos do ministro Alexandre de Moraes, no âmbito dos inquéritos sobre os atos antidemocráticos, pelo caso ter acontecido durante a CPMI.
Além de Feghali, estavam na reunião com o diretor da Polícia Federal a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), a senadora Soraya Thronicke (Podemos-RS), a deputada Duda Salabert (PDT-MG), e os deputados Rogério Correia (PT-MG) e Rafael Brito (MDB-AL).
Jandira recebeu apoio do presidente da CPMI, Arthur Maia (União-BA) e de outros parlamentares. “Ela me mostrou algumas das ameaças que recebeu. São ameaça nojentas, de embrulhar o estômago”, disse o deputado Rogério Correia (PT-MG).
Em agosto, o deputado bolsonarista Filipe Barros (PL-RJ) ironizou, durante os trabalhos da CPMI, a denúncia feita pela deputada Jandira de que o ex-presidente Jair Bolsonaro e a esposa dele, Michelle Bolsonaro, teriam envolvimento em um suposto esquema com pedras preciosas. Em afronta, Barros defendeu o ex-presidente e comprou as supostas pedras recebidas por Bolsonaro para “presentear” a deputada.